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| Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Em artigo publicado na edição desta sexta-feira (27) no jornal Correio Braziliense , o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma as críticas ao governo do presidente Michel Temer (MDB), a quem atribui a construção de um programa entreguista, “antipatriótico e antipopular”, de dilapidação do patrimônio nacional, e volta a sustentar a ideia de que sua prisão, “por crimes que jamais cometi”, é injusta e se presta a tirá-lo do jogo político.

Com o titulo “Para o Brasil voltar a ter futuro”, Lula escreve que o “bloco conservador”, derrotado em quatro eleições presidenciais consecutivas, precisava manipular a justiça para criminalizar o PT, tirando a legenda do cenário com sua prisão.

Para ele, os partidos e grupos que trabalharam pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff agiram para apequenar a democracia e a soberania nacional. E que só com a retirada de um governo eleito pelo voto popular, e com o PT excluído da participação política, seria possível “impor um governo fantoche” e implantar medidas de fraudar o patrimônio nacional.

“Minha prisão e a perseguição da qual sou alvo fazem parte desse processo de submissão nacional”, escreveu. “Querem [...] me excluir da disputa eleitoral e calar minha voz, tentando intimidar e silenciar o povo brasileiro enquanto seu patrimônio é espoliado a céu aberto. O governo Temer e seus apoiadores dedicam-se à destruição de conquistas históricas do desenvolvimento de nosso país”.

Nesse processo de destruição de conquistas, elenca a venda do controle da Embraer à norte-americana Boeing, o projeto de privatização da Eletrobras e a aprovação da Lei 8.939/17 que autoriza à Petrobras transferir a outras petroleiras até 70% de seus direitos de exploração do petróleo do pré-sal na área cedida pela União.

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No texto, Lula critica ainda a política externa do atual governo, a quem acusa de encerrar a postura diplomática adotada durante os mandatos do PT, e cita o compositor Chico Buarque para explicar que o governo petista “não falava fino com os Estados Unidos nem grosso com a Bolívia”. Acusa o Itamaraty de funcionar como um anexo do Departamento de Estado norte-americano e de abandonar o projeto de integração entre os países da América Latina, desistindo de lutar pelo direito dos povos e “ridicularizando o Brasil como ator internacional”.

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Diante do que classifica ser uma “obrigação histórica”, diz que sua candidatura tem como objetivo levar o país novamente à democracia e à soberania. E reafirma que, na eventualidade de ser eleito, vai revogar via referendo popular algumas das medidas adotadas pelo governo Temer, “daninhas à nossa independência’.

Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo no último dia 19, Lula já tratava do impeachment de Dilma e de sua condenação e consequente prisão sem provas como ferramenta de um governo a quem chama de ilegítimo focado em “liquidar o máximo possível do patrimônio e soberania nacional que conseguir”. E reafirmava sua vontade de disputar as eleições por ser, na sua visão, inocente. “Sou candidato porque não cometi nenhum crime”.

Lula está preso desde o dia 7 de abril na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado a 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.

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