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A abertura da etapa estadual do Congresso Nacional do PT, em São Paulo, na noite desta sexta-feira (5), já traz o clima da principal bandeira do partido este ano: antecipar as eleições presidenciais e eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República.

Cartazes, faixas e adesivos pedem a saída do presidente Michel Temer (PMDB) do cargo e aclamam Lula como o próximo presidente. Nas caixas de som, tocam jingles de campanhas de Lula em 2002 e 2006. “Hoje, com 71 anos, estou com mais tesão para ser candidato [em 2018] do que em 1979, quando fui candidato pela primeira vez. E quero ser candidato para provar que se a elite brasileira não tem condições de consertar este país, nós temos”, discursou Lula, que tinha ao seu lado o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica e a senadora paranaense Gleisi Hoffmann, candidata a presidente nacional da sigla.

A cinco dias de prestar depoimento ao juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato, Lula disse que não há nenhuma prova que o incrimine e que é vítima de um conluio da direita brasileira. “Eles já estão com a tese pronta; O PT é uma organização criminosa, o Lula montou o governo para roubar, o Lula era o chefe”, desabafou. “Mas eles conseguiram aflorar em mim uma coisa que pensei já tinha passado. O Lula que eles queriam destruir parace um pé de mandacaru. Não precisa de muita água”, completou. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última terça-feira (2), o petista lidera todos os cenários para o 1º turno da eleição presidencial de 2018.

Com apoio de Lula, Gleisi é favorita para presidir o partido

Além de Gleisi, o senador Lindbergh Farias (RJ), outro candidato a suceder Rui Falcão na presidência nacional do partido, também participou da abertura do Congresso, na quadra do Sindicato dos Bancários.

Lindbergh, que foi indicado pela corrente Muda PT para disputar o cargo, afirmou que a senadora Gleisi , que disputa a presidência pela corrente majoritária Construindo um Novo Brasil e é apoiada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já tem os votos necessários para ganhar a eleição na legenda, em junho.

Mesmo assim, o senador disse que mantém sua candidatura para discutir uma nova estratégia ao partido. “Se tem uma coisa que eu acho que erramos, é que nós subestimamos a luta de classe desse país”, afirmou. “Do Mensalão para cá, fomos frouxos demais”, declarou.

Ele ainda falou que a tentativa de barrar Lula de ser candidato é a continuação do “golpe”. “Temos que elevar o tom do discurso. Não podemos aceitar que eles tirem o homem que lidera as pesquisas no Brasil, o representante do campo popular, do processo eleitoral”, afirmou.

Gleisi defendeu a candidatura de Lula para 2018, destacando que ele lidera todas as pesquisas de sondagem de voto. “Só tem uma coisa que recupera nossa democracia: voto popular, precisamos agora de eleições diretas nesse país e precisamos antecipar as eleições gerais”. “Você é a esperança do povo brasileiro”, disse a senadora, quando se direcionou ao ex-presidente petista. “Estamos unidos para construir o caminho que levará de novo Lula a ser presidente do Brasil”, disse.

Mesmo ausente do congresso, José Dirceu é ovacionado

Solto por decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (3), o ex-ministro José Dirceu foi ovacionado por militantes do PT na abertura da etapa paulista do 6º congresso do partido.

O presidente do Diretório Estadual da legenda, Emídio de Souza, na fala de abertura, disse que gostaria de “mandar uma saudação para um companheiro que não podendo estar aqui por limitação da Justiça, está nos assistindo pela internet”. “Um abraço, companheiro José Dirceu de Oliveira e Silva.”

Foi a deixa para os militantes que lotavam a quadra do Sindicato dos Bancários iniciarem o coro: “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro.” Emídio também defendeu a soltura do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que está preso desde abril de 2015. “Eu espero que em breve outros prisioneiros políticos, principalmente o Vaccari, possam estar entre nós.”

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