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Relator  da Lava Jato no STF, o ministro Edson Fachin deve avaliar  se homologa delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro | José Cruz/Agência Brasil
Relator da Lava Jato no STF, o ministro Edson Fachin deve avaliar se homologa delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Edson Fachin irá avaliar se aceita homologar (validar) um acordo de delação premiada assinado pelo ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, com a PGR (Procuradoria-Geral da República).

Isso deve acontecer na volta do recesso da corte, a partir de 1º de fevereiro. Só depois disso, os relatos poderão integrar inquéritos e ações penais.

Nos depoimentos, o empresário acusa políticos, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de recebimento de propinas e de doações de campanha por meio de caixa dois.

O desfecho da negociação acontece após mais de dois anos de idas e vindas. Em 2016, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, suspendeu as tratativas com o empreiteiro após vazamento de informações que constariam da colaboração. Desde então, a defesa dele tentava uma repactuação com os investigadores para evitar penalidades mais severas nas condenações da Lava Jato.

Executivo está preso

Léo Pinheiro está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em decorrência das investigações da operação. A delação foi firmada com a PGR por envolver políticos com foro especial nos tribunais superiores.

Segundo pessoa com acesso ao caso, ouvida pela Folha, entre os citados na colaboração também há integrantes do Judiciário.

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O empreiteiro também confirmou que a OAS fez obras no tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia, em favor do ex-presidente Lula, como contrapartida a contratos obtidos na Petrobras. O valor gasto, segundo ele, estava no pacote de supostas propinas pagas pela empreiteira ao PT.

Diferentemente do que ocorreu com a Odebrecht, cujos 78 executivos firmaram uma superdelação, a PGR vem negociando acordos de integrantes da OAS separadamente.

Em 2017, os investigadores remeteram ao Supremo as colaborações de oito integrantes da empresa ao Supremo, mas a de Léo Pinheiro permaneceu em negociação.Executivos da família Mata Pires, que são acionistas do grupo, não conseguiram fechar acordo e ainda aguardam um sinal positivo dos investigadores.

Procurados pela Folha nesta quarta (23), a defesa de Léo Pinheiro, a OAS, a PGR e o Supremo não se pronunciaram.

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