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 | Stéferson Faria/Agência Petrobras
| Foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras

Uma fala do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, sobre uma futura privatização da Petrobras causou rebuliço no mercado financeiro nesta terça-feira (3) e obrigou o governo a fazer um desmentido sobre o caso.

Durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (2), Coelho Filho afirmou que a privatização da estatal deve acontecer no futuro, mas salientou que o movimento está “fora de cogitação” neste momento. “Acho que vai acontecer, é um caminho, mas não dá para tocar todas as agendas”.

O ministro disse que é necessário aproveitar o momento “para fazer algumas coisas, mas na velocidade possível”.

Coelho Filho foi provocado por uma pergunta da economista Elena Landau, ex-conselheira da Eletrobras, que disse que, atualmente a sociedade brasileira, com exceção de alguns grupos sindicais e políticos, apoia a privatização de estatais e defendeu que o governo deveria aproveitar o momento para avançar mais no programa de desestatização. “Por que não se aproveita o momento positivo e não se fala de Petrobras?”, perguntou.

“Concordo com tudo o que você falou”, disse o ministro, sugerindo que o tamanho do Estado fará parte da discussão da próxima campanha eleitoral. No entanto, ele considerou que a privatização da Eletrobras já é um “desafio enorme” para o ministério e que “precisa ser vencido diariamente”.

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Nesta terça, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix, descartou veementemente qualquer iniciativa deste governo para privatizar a estatal petroleira. Ele disse que “esse assunto não está em discussão, não existe hipótese disso acontecer neste governo”.

Mercado e sindicato reagem

Mas o “estrago” já estava feito. A simples menção ao termo “privatização da Petrobras” causou reações no mercado e em sindicatos do setor.

O Índice Bovespa bateu novo recorde nesta terça, fechando em alta de 3,23%, a 76.762,91 pontos, nova máxima histórica. As ações da estatal foram destaque de alta durante todo o dia, na contramão da queda dos preços do petróleo. Ao final do pregão, Petrobrás ON e PN subiram 4,65% e 3,77%, respectivamente.

Já o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) João Antonio de Moraes considerou uma “ideia maluca” a de que a Petrobras, em algum momento, será privatizada. “Nas últimas quatro eleições o que ganhou as urnas foi não privatizar”, disse ele, que participou de um ato público no Rio de Janeiro contra a política de privatizações do governo Temer.

Modelo de privatização

A respeito da venda da Eletrobras, o ministro Coelho Filho reforçou no programa Roda Viva que a modelagem está sendo elaborada pelo Ministério de Minas e Energia juntamente com os ministérios da Fazenda e do Planejamento e deve passar pela oferta de novas ações no mercado. Dessa maneira, a participação da União seja diluída e reduzida a menos de 50%.

Ele salientou que ainda existem muitas etapas para concluir o processo, mas reforçou que a intenção é concluir a operação no ano que vem. “Estamos trabalhando diuturnamente para entregar até o final de 2018”, disse.

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