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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O encerramento da força-tarefa da Lava Jato na Polícia Federal do Paraná não significa o fim da operação, mas pode impactar no andamento dos inquéritos. É porque, a partir de agora, delegados e agentes não têm mais dedicação exclusiva à Lava Jato. Eles passam a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas e podem acumular outras investigações.

A situação preocupa investigadores ouvidos pela Gazeta do Povo. Eles dizem que a demanda de trabalho ainda é grande. Novos inquéritos poderão ser abertos em decorrência das delações premiadas da JBS e da Odebrecht. Os casos enviados a Curitiba pelo Supremo Tribunal Federal envolvem, por exemplo, figuras importantes da política brasileira, como os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.

Por outro lado, um ex-integrante da força-tarefa, que atuou no caso por quase três anos, não acredita em interferência do governo federal para frear a Lava Jato. Para o investigador, houve diminuição na demanda de trabalho em Curitiba. “Acredito que estamos caminhando para o fim dos trabalhos no Paraná. Hoje, as maiores demandas estão em Brasília”, afirmou.

A direção-geral da Polícia Federal garante que não haverá prejuízos para a operação. Em nota, a corporação afirmou que nenhum delegado da Lava Jato terá aumento na carga de trabalho. Ainda segundo a PF, a integração da força-tarefa à Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas “visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações”.

Procurador criticou decisão

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima antecipou na noite desta quarta-feira (5) o encerramento do grupo de trabalho da Polícia Federal. Em uma postagem no Facebook, ele criticou a decisão. “A força-tarefa da Polícia Federal na operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados”, escreveu o procurador.

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