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Fachin é alvo de protestos de grupos que apoiam a operação Lava Jato | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Fachin é alvo de protestos de grupos que apoiam a operação Lava Jato| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Movimentos sociais de apoio à Operação Lava Jato, como o “Vem pra rua, Curitiba”, o “Lava Togas” e o “Curitiba contra a corrupção”, organizam um protesto para a próxima sexta-feira (7) em frente à casa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, em Curitiba. O ato foi batizado de “repúdio à impunidade”, e segundo os organizadores, engloba diversas áreas do poder judiciário, como STF, Tribunal Superior Eleitoral e Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

A coordenadora do “Vem pra rua” no Paraná, Gislaine Masoler, afirmou que a concentração será na casa de Fachin por ser o relator da Lava Jato no Supremo, mas o protesto será mais amplo. “A gente entende que parte do STF está trabalhando contra a Lava Jato e não podemos aceitar. Não queremos que a população perca as esperanças na Justiça”, disse.

Segundo Narli Rezende, representante do “Curitiba contra a corrupção”, os manifestantes devem usar togas pretas durante o ato, além de cartazes contra a impunidade e de apoio à equipe da Lava Jato: “Será um ato pacífico, sem tomates ou atitudes agressivas, mas incisivo. Esperamos que o ministro nos escute”.

Fachin tem colecionado derrotas na 2ª Turma do STF, que analisa os casos relacionados à Lava Jato. Em maio, o ministro foi voto vencido no colegiado, que acabou soltando três réus da operação, incluindo o ex-ministro José Dirceu. Apesar de estar alinhado com decisões do juiz Sergio Moro, que julga a Lava Jato em primeira instância, Fachin, agora, também virou alvo de protestos. “Fachin tem um histórico de lutas políticas, de ligações com o PT, mas demos um voto de confiança quando ele virou ministro do STF. Algumas decisões, no início, nos agradaram, mas agora a impressão é de que ele está menos rigoroso. Por isso, também passamos a questioná-lo”, disse Narli.

Na semana passada, Fachin decidiu soltar o ex-deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures, do PMDB, apontado como o “homem da mala” de Michel Temer. Ex-assessor da presidência, Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala da JBS com R$ 500 mil em propina. O dinheiro, segundo a PF, seria destinado a Temer. Rocha Loures ficou menos de um mês na cadeia. Na decisão, Fachin impôs algumas medidas cautelares ao ex-parlamentar, como uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar das 20h às 6h e aos feriados e finais de semana.

A soltura de Rocha Loures também motivou o protesto em frente à casa do ministro. “O Fachin soltou o ex-deputado quando havia excesso de provas”, afirmou Narli. Os manifestantes ainda criticam outras decisões recentes do ministro. “O Aécio Neves não poderia estar solto”, completou, lembrando um pedido de prisão contra o senador tucano que foi negado por Fachin.

O ato está sendo convocado pelas redes sociais. A concentração será a partir das 19h desta sexta-feira (7), numa praça localizada em frente à casa de Fachin. A assessoria do ministro informou que não vai se pronunciar.

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