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O Brasil é o país do futebol, mesmo. Até a decisão sobre a permanência do presidente da República no cargo está indo para o “tapetão” (jargão futebolístico usado quando um resultado é decidido fora do campo, na Justiça, por exemplo) e será relatada por um especialista no assunto, o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

O advogado, que agora vai relatar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a denúncia contra o presidente Michel Temer, foi presidente do STJD quando foi julgado o caso Sandro Hiroshi, salvando o Botafogo do rebaixamento e criando a Copa João Havelange, que permitiu levar o Fluminense diretamente da série C para o que seria a Série A do Campeonato Brasileiro. Uma espécie de “golpe”, no jargão da política.

O caso envolvia fraude de documentos, questionamentos na Justiça sobre a validade de resultados de competições que resultariam no rebaixamento de competidores, e foi levado para ser resolvido pela “Suprema Corte” do esporte. Essa é a descrição do tapetão que salvou o Botafogo (time do coração de Zveiter) e levou o Fluminense para onde não deveria estar. Mas se trocarmos os nomes e circunstâncias, temos o desenho do impeachment de Dilma, seguido da chegada de Temer ao poder e agora o questionamento sobre a permanência de Temer no posto.

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Lá em 1999, no caso futebolístico, Botafogo e Internacional levaram ao STJD a reclamação por partidas que haviam perdido contra o São Paulo, com a tese de que o time paulista não poderia ter escalado Sandro Hiroshi (Ele seria mais velho do que alegava e teria fraudado documentos em times do interior antes de chegar ao São Paulo). O STJD, presidido por Zveiter, julgou procedente o pedido e evitou o rebaixamento do Botafogo.

Mas lá no pé da tabela, a canetada judicial resultou no rebaixamento do Gama, que entrou com novo questionamento. A solução encontrada na época foi a criação da Copa João Havelange, passando o comando do Campeonato Brasileiro de 2000 para o Clube dos 13, formado pelos próprios times. Como o Gama tinha de estar na divisão de elite do campeonato, nova lambança foi feita: o campeonato ficou gigante, com quatro módulos, divididos em cores, para permitir que time de qualquer módulo fosse campeão.

Foi assim que times como o Fluminense, o Bahia, e o São Caetano, que não estariam na primeira divisão naquele campeonato, disputaram com os times que estavam em melhor condição. Essa fórmula maluca resultou no São Caetano, vice no que seria a segunda divisão da Copa, disputando a final com o Vasco, que ganhou.

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