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Segundo a delação do empreiteiro, Taiguara Rodrigues criou a empresa sem ter experiência na área de construção e somente para fazer uso da influência de Lula. | Lúcio Bernardo Júnior/Agência 
Câmara
Segundo a delação do empreiteiro, Taiguara Rodrigues criou a empresa sem ter experiência na área de construção e somente para fazer uso da influência de Lula.| Foto: Lúcio Bernardo Júnior/Agência Câmara

O empresário Marcelo Odebrecht afirmou, em delação premiada à Lava Jato, que a Odebrecht contratou entre 2011 e 2014, no âmbito de obras em Angola financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a empresa do sobrinho de Lula, Taiguara Rodrigues, a pedido do ex-presidente. De acordo com o ex-presidente do grupo, o parente do petista criou a Exergia sem ter experiência na área de construção e somente para fazer uso da influência de Lula.

Além do depoimento de Marcelo Odebrecht, a delação de executivos da empresa – Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Antônio Carlos Dahia Blando e Ernesto Sá Vieira Balardi – embasou petição do procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro relator da Operação Lava Jato. O Ministério Público Federal pediu para que o caso fosse encaminhado à Justiça Federal e à Procuradoria da República no Paraná.

O ex-presidente Lula já é réu em processo, acusado de intermediar contratos para a empresa do sobrinho com a Odebrecht, em obras realizadas em Angola, com financiamento do BNDES. Taiguara Rodrigues criou a empresa Exergia em 2009 e chegou a receber R$ 20 milhões, entre o ano de fundação da empresa e 2015.

Além de ser acusado de intermediar os contratos para o sobrinho, Lula também foi denunciado por atuar junto ao BNDES para a liberação dos financiamentos das obras em Angola. O caso está sob julgamento do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu o pedido da Procuradoria-Geral da República para encaminhar a delação sobre o contrato com a Exergia para a Justiça Federal em Curitiba. “Toda investigação deverá ser mantida em sigilo até 3 de maio de 2017”, determinou Fachin.

Outro lado

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou, em nota, que os delatores fazem “acusações frívolas, pela ausência total de qualquer materialidade”. “O que há são falas, suposições e ilações – e nenhuma prova. As fantasiosas condutas a ele atribuídas não configuram crime”, disse o defensor do ex-presidente.

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