• Carregando...
O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) é investigado na Operação Cash Delivery. | Marcos Corrêa/PR
O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) é investigado na Operação Cash Delivery.| Foto: Marcos Corrêa/PR

O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) foi preso nesta quarta-feira (10), enquanto prestava depoimento. O tucano, que concorreu ao Senado nas eleições 2018, é investigado na Operação Cash Delivery, que apurou o pagamento de propinas em campanhas eleitorais.

A prisão foi expedida pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11.ª Vara Federal Criminal, em Goiânia. Segundo ele, a medida foi necessária para prevenir o envolvimento do tucano em outros atos de recebimento de valores e de eventual saldo de propina.

Em 28 de setembro, Perillo havia sido alvo de busca e apreensão. Jayme Rincón, ex-tesoureiro de Perillo e coordenador da campanha ao governo do Estado de José Eliton (PSDB) – aliado do tucano e que busca a reeleição – foi preso pela PF na ocasião.

LEIA TAMBÉM: Economista de Bolsonaro é investigado por suspeita de fraude em fundos de pensão

A investigação teve como base os relatos dos delatores Fernando Reis e Alexandre Barradas, da Odebrecht. Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo – R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

“Observada a quantidade de propina descrita na representação policial, associada à apreensão ocorrida na fase ostensiva da operação (mais de R$ 1 milhão), somada à extensão temporal em que se desenvolveram as práticas delitivas, torna imprescindível a decretação da custódia cautelar com amparo na garantia da ordem pública”, diz trecho da decisão de Rafael Slomp.

O magistrado se refere a Jayme Rincón, que foi preso com cerca de R$ 900 mil em espécie.

O caso tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi enviado à Justiça Federal de Goiás em abril, após Perillo deixar o governo para se candidatar ao Senado.

LEIA TAMBÉM: Como os parlamentares citados na Lava Jato se saíram na eleição

Em julho, antes de o caso sair do STJ, a Procuradoria-Geral da República havia solicitado a quebra de sigilo telefônico de Perillo e de Rincón, que, atualmente, é presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop). As investigações da PF validaram o conteúdo das delações premiadas de executivos da Odebrecht realizadas junto à Procuradoria.

No pedido de prisão de Perillo, a Procuradoria afirma que Perillo “montou e mantêm” uma sofisticada “rede de lavagem de dinheiro, formada por empresas parceiras para ocultar a origem da propina recebida, não só, da Odebrecht”.

Os valores movimentados pelo grupo, diz o Ministério Público Federal, seriam utilizados para “comprar o apoio político de 66 candidatos aliados, na forma de financiamento fraudulentamente dissimulado como oficial de suas respectivas campanhas eleitorais”.

Outro lado

O advogado Antônio Carlos de Almeida castro, o Kakai, falou, em nota, em nome do ex-governador. Leia na íntegra:

“A Defesa de Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região já concedeu duas liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de duas ilustres desembargadores. O novo decreto de prisão é praticamente um “copia e cola” de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF 1. Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento. Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados. A defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham contemporaneidade. Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos .”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]