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 | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Uma inusitada parceria entre o PT e o Centrão gerou uma derrota e um desconforto para o governo nesta quarta-feira (8) na Câmara. Deputados que normalmente se posicionam em lados opostos desta vez se uniram e conseguiram aprovar a convocação do ministro das Cidades, o tucano Bruno Araújo, que será obrigado a comparecer na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa para dar explicações sobre sua gestão. Deputados da base e assessores parlamentares do governo tentaram, em vão, demover os aliados.

O autor da convocação foi justamente um peemedebista, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ele não retirou o requerimento nem mesmo com o aceno do governo de que o ministro iria numa data a combinar. Depois de muita discussão, Centrão e PT saíram vencedores. Da base do governo ainda votaram a favor da convocação os deputados Hildo Rocha (PMDB-MA) e Cacá Leão (PP-BA), entre outros. 

Os deputados argumentaram que estavam indignados com Bruno Araújo porque suas bases eleitorais não foram contempladas com o número suficiente de unidades do programa Minha Casa Minha Vida. Mas tem mais que isso nessa convocação. O incômodo do Centrão com o espaço do PSDB no governo e a indecisão dos tucanos se ficam ou saem da base. Foi um sinal de que a turma do PSDB não tem mais a proteção dos aliados. Ao menos como tinham antes. 

"A questão para mim foi o descaso com o Maranhão na distribuição das casas. O estado tem o maior déficit habitacional do país e, das 500 mil destinadas pelo ministério, apenas 400 são para o Maranhão. A minha razão para convocá-lo é essa", disse Hildo Rocha, um dos maiores defensores do governo Temer na Câmara. 

No final, quando o requerimento de convocação foi à votação simbólica, apenas dois deputados – Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e Izalci Lucas (PSDB-DF) – foram contrários. O resto, cerca de dez parlamentares, se manifestaram pela convocação. "Isso é questão política. É uma estratégia para desestabilizar o governo. É questão eleitoral", disse Sóstenes.

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