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Então candidato, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebeu uma facada durante ato de campanha em setembro passado, em Juiz de Fora. | RAYSA LEITE/AFP
Então candidato, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebeu uma facada durante ato de campanha em setembro passado, em Juiz de Fora.| Foto: RAYSA LEITE/AFP

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, apresentou nesta segunda-feira (25) ao presidente Jair Bolsonaro os resultados parciais da investigação da Polícia Federal sobre a facada que o então candidato à presidência recebeu em setembro passado, em Juiz de Fora (MG).

Segundo autoridades que investigam o caso, ouvidas pelo jornal O Globo, até o momento a PF ainda não encontrou provas de envolvimento de outras pessoas além do autor da facada, Adélio Bispo. Faltariam apenas detalhes técnicos para encerramento do caso, o que deve acontecer em março.

Além do ministro da Justiça, também apresentam detalhes da investigação ao presidente: o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o superintendente da PF em Minas Gerais, Cairo Costa Duarte, e o delegado Rodrigo Moraes, responsável pelo inquérito do caso.

“O presidente é a vítima, ele é interessado na investigação, então vai ser apresentado a ele o resultado da investigação até o momento”, disse Moro a jornalistas após participar do seminário Políticas Judiciárias e Segurança Pública, promovido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em Brasília.

Investigação

Responsável pela PF, o ministro da Justiça não revelou qual rumo a investigação tomou. O inquérito foi aberto no ano passado para investigar se houve participação de terceiros no crime cometido por Adélio Bispo de Oliveira, que está preso.

No último dia 10, internado em São Paulo após passar por uma cirurgia em decorrência da facada, Bolsonaro divulgou um vídeo em que pediu uma solução para a investigação. “Espero [que] a nossa querida Polícia Federal, a polícia que nos orgulha a todos, tenha uma solução para o nosso caso nas próximas semanas”, disse na ocasião. No vídeo, o presidente disse que o caso “não pode ficar impune”.

Um outro inquérito, concluído pela PF em Minas Gerais, chegou à conclusão de que Adélio agiu sozinho no dia do crime. Pessoas que estavam próximas fisicamente dele no momento da facada foram interrogadas e tiveram celulares e computadores apreendidos e periciados.

Em conjunto com imagens do momento do atentado, a Polícia Federal concluiu que essas pessoas não tinham relação com o atentado nem com Adélio.

Segurança pública

No evento do CNJ desta segunda, Moro anunciou que o Ministério da Justiça planeja trazer para o Brasil um projeto, exitoso na Europa, que visa estabelecer “contratos locais de gestão de segurança pública” em municípios com altos índices de criminalidade.

Sem dar muitos detalhes, Moro afirmou que a ideia é firmar uma espécie de contrato entre União, Estados e municípios para definir responsabilidades e ações conjuntas para o combate à criminalidade nesses locais.

O ministro também aproveitou o evento, repleto de juízes, membros do Ministério Público e advogados, para defender seu pacote anticrime enviado ao Congresso com o objetivo de alterar 14 leis e endurecer as normas para criminosos perigosos e acusados de corrupção.

“Não há condições de um endurecimento geral, nossos presídios não comportam um aumento acentuado da população carcerária. Não obstante, é possível, sim, defender o endurecimento do sistema em relação à criminalidade mais grave”, disse Moro em sua palestra.

O ministro afirmou que seu pacote tem três alvos: a criminalidade organizada, os crimes contra a vida e os crimes contra a administração pública, como corrupção. “Corrupção, criminalidade violenta e criminalidade organizada estão vinculadas”, afirmou.

Moro anunciou ainda que o Ministério da Justiça vai criar dois novos bancos nacionais: um de Perfil Balístico e um Multibiométrico. O ministro não deu detalhes dessas iniciativas.

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