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 | Stéferson Faria/Agência Petrobras
| Foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagram na manhã desta sexta-feira (23) a 56.ª Fase da Operação Lava Jato. Apelidada de “Sem Fundos”, a operação cumpre mandados de busca e apreensão relacionados as investigações que apontam fraude na construção da nova sede da Petrobras, em Salvador (BA).

São 68 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 14 mandados de prisão temporária. Eles estão sendo feitos em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Os envolvidos são acusados de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de fundo de pensão, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo o procurador Roberson Pozzobon, os crimes ocorreram entre 2009 e 2016. 

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O que diz a investigação

Segundo a PF, as investigações apontam que os contratos para construção da nova sede da Petrobras em Salvador foram superfaturados para pagar propina a funcionários da estatal e dirigentes da Petros, o fundo de pensão da companhia. “Tudo isso em prejuízo à estatal e ao fundo de pensão investidor, este mantido mediante patrocínio da própria Petrobras e das contribuições de seus empregados”, diz a corporação. 

O prédio, apelidado de Torre Pituba, foi construído com recursos da Petros. São 22 andares, que foram alugados pela Petrobras a partir de 2015. O aluguel mensal era estimado em R$ 5,4 milhões. O contrato com a Petros tem validade de 30 anos, no valor total de R$ 1,4 bilhão. O prédio foi construído pelas empreiteiras OAS e Odebrecht —ambas investigadas na Lava Jato.

Segundo a força-tarefa, as empreiteiras OAS e a Odebrecht distribuíram propina de pelo menos R$ 68.295.866,00 ao PT e a ex-dirigentes da Petrobras e da Petros ligados à construção da Torre Pituba. O Ministério Público Federal aponta que os “valores históricos” representam quase 10% do valor da obra.

As penas somadas podem chegar ao total de 50 anos de prisão, além de multa.O nome da operação refere-se à perda do Fundo de Pensão da Petrobras, assim como ao fato de os crimes investigados parecerem revelar um “saco sem fundos”. Os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).

Quem foi preso

Entre os presos na operação deflagrada nesta sexta-feira, estão o ex-presidente da Petros Wagner Pinheiro, que também foi presidente dos Correios, e Valdemir Garreta, ex-dirigente petista e responsável pelo marketing de campanhas eleitorais do partido.

Outro lado

Danyelle Galvão, advogada de Garreta, diz que a defesa “não teve acesso aos autos, tampouco aos fundamentos da decisão e que já havia se colocado à disposição para prestar esclarecimentos no início deste ano”. A defesa de Pinheiro ainda não se manifestou.

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