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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Em junho de 2016, o novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, gravou vídeo ao assumir o Ministério da Transparência, dizendo que queria conhecer cada um dos colaboradores comissionados. No discurso, o ministro deixou claro que aqueles que não tivessem “compatibilidade política e ideológica” ao governo Michel Temer deveriam deixar o cargo.

“Quem tiver uma incompatibilidade insuperável de qualquer tipo e qualquer circunstância, tenho certeza, terá a dignidade de pedir, espontaneamente, a sua exoneração. Caso contrário, favor permaneçam onde estão, continuem dando o melhor de si com o senso de responsabilidade e comprometimento cívico que esta Casa, reconhecidamente, faz já há tanto tempo”, afirmou na gravação.

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A divulgação do vídeo incomodou os servidores da Controladoria Geral da União (CGU), que se qualificam como técnicos e que, portanto, não seriam pautados por posições politicas em sua atuação.

O vídeo voltou à tona com a nomeação de Torquato Jardim para o Ministério da Justiça, anunciada ontem (28) pelo Palácio do Planalto. A fala de Jardim indicaria que ele poderia cobrar a mesma postura na nova pasta, que tem em sua responsabilidade a Polícia Federal (PF).

Os cargos de comissão, que são de livre provimento e não precisam ser preenchidos com servidores concursados, são utilizados também como forma de abrigar aliados políticos dos ministros e de aliados do governo. Na troca desses líderes, é comum que sejam substituídos os Comissionados, para dar espaço para os aliados do novo ministro e governante.

Sindicato de servidores da CGU reclama de Serraglio

Apesar do incômodo dos servidores da CGU com a fala de Torquato Jardim ao assumir, e da propagação de que a atuação deles não se pauta pela política, os servidores da CGU têm sindicato que os representa e se posiciona politicamente contra o governo Temer. No site do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon), há notícia elogiando ato contra as reformas trabalhista e da Previdência. Segundo o site da Unacon, o diretor de finanças do sindicato, Filipe Leão, avaliou que “o ato foi uma grande resposta às reformas impostas pelo governo”. “Os trabalhadores da cidade e do campo não aceitarão as reformas. A classe trabalhadora irá se manifestar todos os dias, a partir de hoje. Bombas não nos assustarão”, afirmou, de acordo com divulgação oficial.

Ontem, o Unacon publicou nota contra a nomeação do deputado federal e ex-ministro a Justiça, Osmar Serraglio, para o Ministério da Transparência. Para a entidade, Serraglio defendeu na Câmara anistia ao ex-deputado Eduardo Cunha e tem envolvimento com casos da operação Lava Jato, não sendo compatível com o cargo.

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