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Roberto Freire, Marta Suplicy e Jasbas Vasconcelos: o susto de entrar e sair da lista de Fachin. | Arquivo/Gazeta do Povo
Roberto Freire, Marta Suplicy e Jasbas Vasconcelos: o susto de entrar e sair da lista de Fachin.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Nos últimos quatro meses, políticos das mais diversas matizes partidárias viveram a incômoda especulação de que seus nomes estariam citados na impiedosa delação dos dirigentes da empreiteira Odebrecht. O desfecho dessa tormenta, no caso de algumas dessas personagens, só se deu com a divulgação da chamada “Lista de Fachin”, na última terça-feira (11). Alguns deles – casos do ministro da Cultura, Roberto Freire, do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) – ainda apareceram como alvos de inquéritos no STF, o que precisou ser desmentido mais tarde. Mas viveram, por boas horas, a amarga sensação de estarem inclusos na relação.

Tudo o que você precisa saber para entender o impacto das delações

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, viveu esse incômodo. Foi surpreendido por notas em colunas que seu nome estaria na lista da Odebrecht. Divulgada a relação do ministro Edson Fachin, o relator da Lava Jato no STF, na noite da última terça, tomou-se conhecimento que o nome de Jungmann estava entre os sete pedidos de arquivamento feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ou seja, seu nome estava sim na lista, mas não para ser investigado.

A simples menção na imprensa, para ele, já é uma penalidade. E criticou o vazamento das delações. “Hoje, no Brasil, a notícia, da denúncia, já é a pena, no Tribunal de Exceção da opinião pública. Os vazamentos são covardes porque não permitem nenhuma defesa. Nem há a quem apelar”, disse Jungmann.

Roberto Freire foi o caso que mais reverberou. Era um dos então nove ministros do governo Temer investigados na Lava Jato. Sua rotina no ministério mudou naquele momento e foi atrás de entender o que ocorreu. O alívio veio no mesmo dia, mas horas depois, com o esclarecimento pelo Supremo e com a retirada do sigilo dos documentos. Freire era um dos oito casos que Fachin devolveu a Janot para uma nova manifestação, por se tratar de pessoas com mais de 70 anos e que supostamente teriam cometido crimes cuja previsão de pena é baixa, além de terem ocorrido há muitos anos. O ministro divulgou uma nota lamentando o episódio e disse nunca ter tido contato com os delatores que citaram seu nome.

Outro parlamentar que viu seu nome como alvo certo nas investigações foi o senador e ex-jogador Romário (PSB-RJ). Como Jungmann, seu caso foi arquivado. Mas, antes, conviveu com o infortúnio de citações especulativas na imprensa. Ele comemorou a decisão a seu favor nas suas redes sociais e disse que, com “menos destaque”, os meios de comunicação noticiaram seu não envolvimento no escândalo.

“Fica mais uma vez provado, como já disse outras vezes, que não eu não finjo ser decente, eu sou decente. E irei provar isso quantas vezes for necessário, porque não vão me meter no meio dessa lama”, escreveu Romário nas suas redes.

Ao todo, 18 políticos puderam respirar aliviado em sete pedidos de arquivamento, três devoluções da pedido do procurador para nova análise e oito determinações para nova manifestação por eventual prescrição.

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