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Confirmação da condenação do ex-presidente Lula foi motivo de festa em Brasília. Mas só de populares. | Bárbara Lobato/ Gazeta do Povo
Confirmação da condenação do ex-presidente Lula foi motivo de festa em Brasília. Mas só de populares.| Foto: Bárbara Lobato/ Gazeta do Povo

Opositores do PT comemoraram a decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) que confirmou a condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, mas não soltaram foguetes. Esse papel coube a meia dúzia de militantes de direita. A reação foi festiva, mas de moderação. Apesar da delicadíssima situação do ex-presidente, que viu suas chances de se candidatar reduzirem ainda mais, os petistas evitam falar em plano B, apesar da inelegibilidade de Lula com base na Lei da Ficha Limpa estar praticamente sacramentada. Nesta quinta-feira (25), prometem lançar Lula candidato a presidente nas eleições de outubro, apesar da sentença do TRF-4.

A senadora Ana Amélia (PP-RS), por exemplo, gostou da sentença, claro, mas não tripudiou. Até reconheceu predicados na gestão do petista. 

"A Justiça não tem momento certo. Esse caso já vem sendo examinado há algum tempo e com cuidados. Não conseguiram (os petistas) derrubar nenhuma prova. Tentaram convencer se tratar de um ato político, de perseguição. Lula foi um líder muito popular. Reconhecemos até os fatos louváveis que fizeram. Mas isso não o torna inimputável. Está pagando pelo delito cometido. As provas eram robustas", disse a senadora. 

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Ex-petista e pré-candidato à Presidência da República, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) afirmou que a corrupção prejudicou a imagem do país, mas defendeu o direito de Lula ser candidato mesmo sub-judice. 

"É impossível saber qual será o reflexo dessa condenação na eleição. Teremos um candidato sub-judice. E é direito dele entrar na Justiça e pedir para continuar candidato. Mas, se não for, qual será o reflexo? Não sei. Vai aumentar ou diminuir o número de brancos e nulos? Vai aumentar ou diminuir os que apoiam Lula e os que os odeia? Quem vai se beneficiar disso?", indagou Cristovam.

Perguntado se Lula é um candidato a se temer mesmo condenado, ele disse: "claro que é. Mesmo depois da condenação. Ele tem um capital político que não se apagou, apesar das denúncias e da condenação. Que sirva de lição o que ocorreu com ele", completou o senador. 

Entre os petistas, o discurso é de que Lula continua candidato. Em discurso num ato em São Paulo, após o julgamento, o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), afirmou que os petistas estão com o "coração dilacerado", mas não é hora de baixar a cabeça. 

"Todos nós estamos com o coração dilacerado. Vamos hoje abraçar nossos amigos, filhos, confortar nossas tristeza. Mas amanhã de manhã, de cabeça erguida, facas nos dentes. Vamos lançar a candidatura de Lula a presidente", discursou Pimenta. "Não vamos assistir isso pacificamente."

Mesmo o líder do Democratas na Câmara, Efraim Filho (PB), disse que a decisão da Justiça foi exemplar, mas evitou euforia em excesso.  "Foi uma decisão com base nos fatos e nas provas. Atendeu a uma demanda da sociedade. Mostrou o desafio de ter mais rigor com a corrupção. Fica a lição de cidadania de que ninguém está acima da lei. A julgar um ex-presidente, a Justiça mostra que acabou essa história de que ricos e pobres ficavam à margem da lei", disse.

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