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Empresário que estava com os dólares conseguiu fugir, mas quase R$ 15 milhões em cédulas de R$ 100, a maioria falsificada, foram apreendidos. | Divulgação/Polícia Civil
Empresário que estava com os dólares conseguiu fugir, mas quase R$ 15 milhões em cédulas de R$ 100, a maioria falsificada, foram apreendidos.| Foto: Divulgação/Polícia Civil

Os policiais civis de São Paulo e de Minas Gerais que se envolveram em um tiroteio que resultou na morte do agente da Polícia Civil Rodrigo Francisco, de 37 anos, na sexta-feira (19), em Juiz de Fora (MG), davam cobertura a uma transação possivelmente ilegal entre dois empresários. Essa é, até agora, a linha de investigação da equipe da Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária da cidade mineira que apura o confronto.

Neste domingo (21), a Justiça de Juiz de Fora converteu em preventiva a prisão em flagrante de quatro policiais civis paulistas – dois delegados e dois investigadores – envolvidos no tiroteio. A decisão foi dada pelo juiz Paulo Tristão Machado Junior durante audiência de custódia realizada no Fórum criminal. Com isso, os agentes públicos da Polícia Civil de SP vão ficar presos por tempo indeterminado.

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Eles foram transferidos na manhã desta segunda-feira (22) para a Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. Os policiais presos são Jorge Alexandre Barbosa de Miranda, Caio Augusto Freitas de Lira, Bruno Martins Magalhães Alves e Rodrigo Castro Salgado da Costa.

Também teve a prisão preventiva decretada Antônio Vilela, de 66 anos, que foi atingido por um tiro no pé e está internado no Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora. Ele é apontado como doleiro e dono do dinheiro falso que seria trocado por dólares na transação ilegal. O suspeito passou por cirurgia e deve receber alta nesta segunda, quando será transferido para uma unidade prisional da região, autuado por estelionato tentado.

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Outro suspeito, Jerônimo da Siva Leal Júnior, de 42 anos, permanece internado em estado grave. Ele é dono de uma empresa de segurança contratado por um dos empresários. Ele é apontado como o autor do disparo que matou o policial mineiro e teve a prisão por homicídio confirmada na audiência de custódia.

Quase R$ 15 milhões em dinheiro falso

As informações já obtidas dão conta de que os policiais faziam a escolta de um empresário que vinha de São Paulo para Juiz de Fora com uma quantidade de dólares para realizar a troca da moeda no município. O negócio deu errado, aparentemente, quando se descobriu que parte das cédulas em real que seriam usadas na troca pelo dólar eram falsas.

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Quando o tiroteio começou, no subsolo de um prédio anexo do Hospital Monte Sinai, por volta das 16 horas, o empresário que estava com os dólares conseguiu fugir, mas quase R$ 15 milhões em cédulas de R$ 100, a maioria falsificada, foram apreendidos, junto com armas, cartuchos, carros e distintivos. Os quatro policiais paulistas foram autuados por lavagem de dinheiro e podem ser implicados pela morte do policial.

Outros cinco policiais paulistas foram ouvidos e liberados, mas a conduta deles ainda é investigada. Três policiais mineiros foram indiciados por prevaricação, por terem conhecimento da operação ilegal e não tomarem medidas, mas podem responder por outros crimes, pois também continuam sendo investigados.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) de Minas Gerais esclareceu que apenas o policial civil Rodrigo Francisco foi morto no tiroteio. Na noite deste sábado (20), a Polícia Civil de Juiz de Fora havia confirmado a morte de uma segunda pessoa ferida gravemente no tiroteio. Na tarde de domingo, a assessoria de imprensa do Hospital Monte Sinai informou que, na verdade, dois homens foram socorridos e permanecem internados.

O corpo do policial Francisco foi sepultado no fim da tarde de sábado, no Cemitério Municipal de Juiz de Fora. Ele deixou a mulher e uma filha de 5 anos.

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