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Escola de Samba Beija Flor: campeã do Carnaval do Rio de Janeiro em 2018. | Tânia Rêgo/Agência Brasil
Escola de Samba Beija Flor: campeã do Carnaval do Rio de Janeiro em 2018.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com mais de 1 milhão de turistas por ano, a prefeitura de Bonito (MS) convidou os moradores a escolherem: carnaval ou saúde. Desde esta segunda-feira (14), a administração local lançou uma enquete no site do município perguntando se recursos estimados em R$ 200 mil devem ser investidos no Carnaval ou na compra de uma ambulância para a Secretaria de Saúde do município.

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“A economia do país vive um momento de grandes ajustes, com reflexos nos estados e municípios, fazendo com que seja necessário - mais do que nunca - pensar duas vezes antes de gastar”, justifica o prefeito da cidade, Odilson Arruda Soares.

Na internet é possível encontrar ambulâncias zero quilômetro com valores entre R$ 115 mil e R$ 150 mil. Considerando outros valores de equipamentos, o valor da prefeitura está próximo da realidade para o investimento.

E se Rio e São Paulo fizessem o mesmo?

A medida oferecida pela prefeitura sul-mato-grossense não é nova. Em 2016, o município de Porto Ferreira (SP) cancelou o desfile para investir R$ 120 mil na compra de uma ambulância. No ano seguinte, a prefeitura de Quatis (RJ) diminuiu os custos com o carnaval de R$ 130 mil para R$ 68 mil para destinar verba à recuperação de três ambulâncias.

Caso o Rio de Janeiro adotasse a mesma estratégia, seria possível comprar 70 ambulâncias de R$ 200 mil com os cerca de R$ 14 milhões que serão destinados ao carnaval carioca. Na capital fluminense, a Riotur irá repassar R$ 500 mil a cada uma das 14 escolas de samba do Grupo Especial. O valor é a metade do que cada escola recebeu no ano anterior – o que seria compensado pelo patrocínio da Uber, que desistiu.

Outros R$ 7 milhões serão destinados para distribuição entre as 13 agremiações do grupo de acesso do carnaval carioca (R$ 250 mil cada) e para a realização de desfiles Estrada Intendente Magalhães e blocos de rua. No ano passado, constam na Controladoria Geral da prefeitura do Rio de Janeiro pelo menos R$ 20,7 milhões com diversos materiais e serviços para o carnaval carioca.

Já a prefeitura de São Paulo está sendo mais generosa com os foliões do Sambódromo do Anhenbi, com o anúncio de despesas de quase R$ 32,2 milhões para as escolas, entre valores de montagens, desfiles, cachês, entre outras despesas. Cada escola do Grupo Especial receberá R$ 1,1 milhão: são 14 no total. As oito escolas do grupo de acesso terão direito a R$ 783 cada e as do grupo Acesso II receberão 187 mil cada.

Caso esse dinheiro todo fosse revertido em ambulâncias de R$ 200 mil, poderiam ser adquiridos 160 veículos.

Ainda haverá dinheiro para os blocos de rua, com o patrocínio e operacionalização de organizações privadas. A prefeitura abriu edital de consulta pública com valor de R$ 19,5 milhões para a realização de mais de 700 desfiles de carnaval em 2019 na cidade de São Paulo.

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