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Site organizou vaquinha virtual para fazer 100 placas, mas arrecadou quase 20 vezes mais que o planejado. | Carl de Souza/AFP
Site organizou vaquinha virtual para fazer 100 placas, mas arrecadou quase 20 vezes mais que o planejado.| Foto: Carl de Souza/AFP

Um ato em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSol), morta a tiros em 14 de março com o motorista Anderson Gomes em crime até hoje não resolvido, distribuiu mil placas com o nome da parlamentar neste domingo, na Cinelândia, no Centro do Rio. Foi um protesto contra a destruição de uma tabuleta com o nome de Marielle, no mesmo local, por dois candidatos do PSL, no primeiro turno da campanha eleitoral. Houve protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro (“Ele não!”), e gritos de apoio a seu oponente, Fernando Haddad (PT) (“Haddad sim!”).

“Fascistas, fascistas não passarão!”, gritaram os manifestantes, exibindo as placas, no início da tarde, na capital fluminense. Havia muitas mulheres. Sem aparelhagem de som, os ativistas fizeram coros de palavras de ordem, como “Não seremos interrompidas”, “quem mexeu com Marielle atiçou o formigueiro” e “os que quebraram a placa da Marielle quebraram a cara”. Apesar da distribuição, os manifestantes foram instruídos a não pendurar as placas nas ruas e a guardá-las “como memória”. Em uma hora, as placas acabaram. No fim da manifestação, os ativistas receberam instruções para guardarem as placas em envelopes e saírem em grupos, em segurança. “Vamos mostrar nas urnas que o amor sempre vence”, disseram em coro.

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A homenagem a Marielle com as tabuletas foi iniciativa do site Sensacionalista, que fez uma vaquinha virtual. O objetivo inicial era arrecadar R$ 2 mil para fazer 100 placas. A meta foi atingida em 20 minutos, disseram os organizadores. A receita chegou a R$ 39.743, com 1.569 doadores, entre pessoas físicas e jurídicas. À manifestação foram a companheira de Marielle, Mônica Benício, e os pais da vereadora, Marinete da Silva e Antonio Francisco da Silva Neto. Também participaram parlamentares, como os deputados Marcelo Freixo (estadual, eleito para a Câmara dos Deputados) e Jandira Feghali (federal, reeleita).

Placa original

A placa-homenagem original foi quebrada pelos então candidatos Rodrigo Amorim (a deputado estadual) e Daniel Oliveira (a deputado federal). A tabuleta tinha sido instalada ilegalmente sobre a inscrição original – Praça Floriano (nome oficial da Cinelândia), o que foi usado como argumento pelos candidatos, que registraram o ato nas redes sociais, com imagens. “Cumprindo nosso dever cívico, removemos a depredação e restauramos a placa em homenagem ao grande marechal”, escreveu Amorim em sua página no Facebook. “Preparem-se, esquerdopatas: no que depender de nós, seus dias estão contados.” Eles também exibiram a tabuleta destruída em ato em Petrópolis, do qual também participou o candidato a governador pelo PSC, Wilson Witzel. Ele afirmou que, como ex-juiz, defende a apuração do crime. Amorim e Oliveira foram eleitos.

Samba-enredo

O ato foi a segunda homenagem a Marielle em dois dias. Na véspera, a Estação Primeira de Mangueira escolheu o seu samba-enredo para o carnaval de 2019. O enredo “História para ninar gente grande”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira, se propõe a contar a história do Brasil e citará a vereadora assassinada. O samba é de Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino. Em uma rede social, Tomaz celebrou a vitória na disputa, que teve mais dois concorrentes. “Pela memória de Marielle e Anderson Gomes e toda a luta que ainda virá. São verde e rosa as multidões”, escreveu, em referência às cores da Mangueira.

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