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 | Valter Campanato / Agência Brasil
| Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Assegurada a permanência de Michel Temer no Palácio do Planalto, na quarta-feira (25), as atenções estarão voltadas para o pós-denúncia e qual será a agenda da Câmara dos Deputados. Há quem aposte em nova queda de braço entre Temer e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O Maia dessa segunda denúncia criminal do Ministério Público Federal contra o peemedebista não sairá o mesmo da primeira. É um pote de mágoas com o vizinho do Planalto.

Maia terá sua prioridade de agenda a ser votada. Temer fez promessas para sua base de tocar alguns projetos em troca de votos. Tipo propostas de agrado às bancadas da bala e dos ruralistas. Mas não combinou com o presidente da Câmara.

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Maia é bem alinhado com a equipe econômica do governo. Se dá bem, em especial, com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Já foi melhor sua interação com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A mosca azul da política que picou Meirelles incomodou Maia. 

Entre a primeira e a segunda denúncia de Janot o clima entre os chefes do Executivo e do Legislativo azedou. Vejamos. Maia se irritou com a investida do PMDB em deputados do PSB que estavam "endereçados" ao DEM. Cobrou "mais respeito" do Planalto e disse não poder “ficar levando facadas nas costas do PMDB".

Depois, entregou a armação feita pelo PMDB contra a ex-presidente Dilma Rousseff e que não agiu da mesma maneira para afastar Temer. "Não fiz com eles o que fizeram com Dilma". Num outro momento, irritado com a ausência dos governistas na votação de uma medida econômica, por conta da pressa em votar o caso de Temer na CCJ, na semana retrasada, Maia também se irritou e ameaçou votar contra o governo. Mas foi com o advogado de Temer que o presidente da Câmara perdeu de vez as estribeiras no episódio da divulgação dos vídeos da delação de Lúcio Funaro: chamou Eduardo Carnelós de "incompetente e irresponsável". 

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Os casos se acumulam. Há uma incógnita do que vem por aí. Maia prometeu colocar na pauta projetos em áreas específicas e que foram selecionados numa espécie de votação popular na internet. As chamadas reformas estruturais, hoje, são apostas não feitas. Ninguém quer colocar o dedo nas mudanças da Previdência, tida como a principal medida para colocar alguma coisa nos trilhos. 

Não se tem muita opção. É sentar e esperar ver o que vem.

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