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Quando circulou a informação de que o Facebook havia tirado do ar uma rede de páginas e perfis que violavam as políticas de autenticidade da plataforma, o Movimento Brasil Livre (MBL) se manifestou imediatamente. Coordenadores e integrantes do movimento acusaram a desativação de contas na rede social. Sem esse movimento – em que os afetados pela medida “acusam” a falta – não há como determinar quais contas foram atingidas pela limpeza do Facebook. A empresa não divulga listas, tampouco confirma a derrubada de determinada página ou perfil.

Há pouca informação sobre quem foi afetado e quase tudo que se sabe vem do MBL – ou de correntes que circulam pelo WhatsApp. Protestando em frente à sede do Facebook, na tarde desta quinta-feira (26), um dos líderes do MBL, Kim Kataguiri, conversou com a reportagem e afirmou que, entre páginas e perfis, o movimento perdeu cerca de 20 contas na rede social. A reportagem conseguiu confirmar a derrubada de cinco perfis e cinco páginas ligadas ao grupo.

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“Exatamente não vou lembrar, mas teve a do Diário Nacional, do Renan Santos, do Renato Battista, do coordenador [do MBL] de São José dos Campos, Thomaz Barbosa, de um coordenador [do MBL] de São Paulo, também, Eric Baldino. De páginas o Brasil 200, que a gente tinha uma relação direta e dois parceiros novos, o Jornalivres e o Diário Nacional”, enumerou Kataguiri.

Além dessas, as páginas do MBL de São José dos Campos, administrado por Thomaz Barbosa, e do MBL de Taubaté também caíram. Francine Galbier, que também é ligada ao grupo, foi outra que teve seu perfil excluído. Em vídeo divulgado na página principal do MBL, ela afirma que alguns familiares e amigos passaram pela mesma situação. Pelo Twitter, ela também reclama da medida. “Deletaram o meu perfil no Facebook pela segunda vez. Nunca fiz UMA notícia falsa”, diz.

“Sua conta foi desativada”

Thomaz Barbosa, que é jornalista, tem 27 e está no movimento desde 2015. Tinha um perfil pessoal no Facebook desde 2010 e diz que começou a compartilhar opiniões políticas na rede por volta de 2014. “Nunca fui banido, nunca fui suspenso, nunca tive conteúdo apagado nem nada. Por isso foi uma surpresa, porque foi a primeira vez”, declarou.

Barbosa não perdeu só seu perfil pessoal, perdeu também duas páginas das quais era administrador. Uma delas era uma fanpage particular, onde ele tentava canalizar os conteúdos de cunho político que queria compartilhar. Segundo ele, essa fanpage tinha cerca de 6,5 mil curtidas e existia desde 2016.

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A outra era a página do MBL de São José dos Campos, com aproximadamente 13 mil curtidas e que estava na rede desde 2015. Ele afirma que, diferentemente dele, outras pessoas que também administravam essas páginas não tiveram seus perfis apagados pelo Facebook. Da mesma forma, outras páginas administradas por ele permanecem no ar. Uma delas é a página do MBL da região do Vale do Paraíba.

“Ontem de manhã eu acordei e, quando fui checar o Facebook, acabei surpreendido por não conseguir fazer o login. O Facebook dá aquela explicação bem lacônica de ‘ah, você foi banido’ e só. Logo em seguida eu entrei nos grupos do MBL e vi que outras pessoas ligadas ao movimento também tinham tido seus perfis excluídos e já entendi o que estava acontecendo”, contou Barbosa.

Pelo Twitter, ele também relatou que tinha R$ 400 depositados em uma das contas para gerenciamento de anúncios. Ele reclama da postura da plataforma, mas não relatou se pediu ressarcimento do valor.

Barbosa compartilhou com a reportagem as imagens das telas que mostram a comunicação do Facebook. A mensagem é bem curta: “sua conta foi desativada”, e pede que o usuário visite a Central de Ajuda para mais informações ou caso acredite que houve um erro que levou à desativação da conta.

A mensagem que ele recebeu é o padrão para “desativado - reprovado”. “Nós determinamos que você não está qualificado a usar o Facebook. Esta é a decisão final. Infelizmente, por motivo de segurança, não podemos fornecer informações adicionais sobre o motivo da desativação desta conta. Para saber mais sobre nossas políticas, visite os Termos do Facebook”, diz o texto.

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Sem detalhes

Se a mensagem que é recebida por quem teve a conta desativada é lacônica, a informação para usuários que buscam por essas páginas segue a mesma linha. A mensagem padrão para este caso é “Esta página não está disponível. O link que você seguiu pode estar quebrado ou a página pode ter sido removida”.

A reportagem da Gazeta do Povo testou qual seria a mensagem que apareceria para o usuário no caso de uma página desativada pelo próprio administrador. Há uma pequena variação. “Este conteúdo não está disponível no momento. O link que você seguiu pode ter expirado, ou a página pode estar visível apenas para um público no qual você não está incluído”, dizia a mensagem. Além disso, o administrador é informado de que há um prazo de até 14 dias para reativá-la.

O Ministério Público Federal (MPF) de Goiás deu prazo de 48 horas para que o Facebook divulgue uma lista das páginas e perfis desativados, com justificativas individuais. A empresa não o fez nem para os usuários. Resta saber se responderá na Justiça.

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