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Senador  Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo está disposto a levar a reforma trabalhista direto para o plenário do Senado se a oposição continuar obstruindo as discussões. Após uma sessão tumultuada na última terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), com um bate-boca que quase rendeu confronto físico entre senadores, um interlocutor do Palácio do Planalto disse que o governo considera voltar atrás no acordo feito com a oposição para que o projeto passe por três comissões, além da CAE e as comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição e Justiça (CCJ).

“A gente puxa pro plenário. Nós estamos querendo discutir, eles estão querendo brigar.”

Para levar a matéria para o plenário, seria necessário um requerimento de líderes, com assinaturas dos representantes de pelo menos 41 senadores. Isso seria dificultado pela oposição feita pelo líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), às reformas. O senador tem defendido abertamente que o projeto da reforma trabalhista precisa de mudanças e que a tramitação não pode ser apressada.

O governo ainda considera ter condições de votar a reforma no Senado, apesar do cenário de incertezas deixar os senadores inseguros. Além da situação política frágil de Temer após as denúncias envolvendo seu nome, há ainda o risco de o presidente ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A aprovação da reforma trabalhista no Senado está vinculada a um acordo costurado entre a base e Temer para que uma medida provisória seja publicada modificando alguns itens. Além disso, há vetos negociados para algumas questões.

A oposição está disposta a continuar a obstrução. Nesta quarta-feira, os senadores divulgaram que iriam ingressar com uma questão de ordem em plenário questionando possível fraude nas notas taquigráficas e pedindo a anulação da última reunião da CAE. Após a confusão na comissão, o presidente da CAE, Tasso Jereissati (PSDB-CE), deu o parecer do relator da reforma trabalhista, Ricardo Ferraço (PSDB-ES) como lido, sem que de fato tivesse havido a leitura. Com as manifestações que assolaram Brasília nesta quarta-feira (25), no entanto, a oposição acabou tendo outras prioridades na pauta do plenário.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) garantiu que o objetivo é continuar fazendo barulho na próxima reunião da CAE, na terça-feira (30). “Nós não faremos reunião se eles derem o relatório como lido. Nós éramos um grupo pequeno, mas estamos crescendo em relação às reformas.”

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