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| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O responsável da Odebrecht pelo contrato de construção da Linha 6 do Metrô de São Paulo, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, era o encarregado de liberar o pagamento de caixa 2 para a campanha de 2014 do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo relato feito pelo ex-executivo ao Ministério Público Federal (MPF), foram sete pagamentos, feitos entre abril e setembro de 2014, que totalizaram a transferência de R$ 6,3 milhões à campanha do tucano.

O valor, no entanto, pode ser ainda mais alto. De acordo com delação de Benedicto Barbosa Júnior, diretor da Odebrecht Insfraestrutura e superior a Cumplido, as transferências totais foram de R$ 8,3 milhões. Alckmin nega irregularidades.

De acordo com Cumplido, o recebedor dos recursos era Marcos Monteiro, à época arrecadador oficial da campanha e hoje secretário de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo. Nas planilhas da Odebrecht, Monteiro era inicialmente identificado pelo codinome “Salsicha” e depois passou para “M&M”, contou Cumplido.

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Luiz Antonio Bueno, chefe direto de Cumplido, era quem o orientava mensalmente, por e-mail, a fazer as transferências. “Entre abril e outubro de 2014, Luiz Bueno me solicitou que programasse pagamentos para o codinome M&M e também Salsicha. E explicou que M&M seria Marcos Monteiro o coordenador financeiro da campanha de Geraldo Alckmin. (...) Nesse caso aqui, começou como Salsicha e depois virou M&M”, disse à procuradora da Lava-Jato que o interrogava.

Cumplido disse não saber quais benefícios a Odebrecht recebera por conta desses pagamentos. Insistiu em dizer que recebia a ordem de Luiz Bueno e a cumpria sem questionar.

Barbosa Júnior, porém, em sua delação, detalhou que a Odebrecht considerava Alckmin um “expoente” e afirmou que a empresa acreditava que “haveria uma alternância de poder no Brasil”.

“Alckmin é uma pessoa que nós como empresa considerávamos como um dos grandes postulantes a liderar o partido (PSDB) e liderar o país como presidente. Então, tanto ele como Aécio (Neves, senados do PSDB) sempre tiveram tratamentos muito próximos a nós”, disse, frisando que Alckmin “era importante” e que a empresa queria “manter essa relação profunda e funcionando em óbice”.

Outro lado

“Jamais pedi recursos irregulares em minha vida política, nem autorizei que o fizessem em meu nome. Jamais recebi um centavo ilícito. Da mesma forma, sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei”, disse Alckmin.

Monteiro informou que “a gestão financeira da campanha de 2014 foi feita dentro da lei e todas as contas foram aprovadas pelo TRE.”

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