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| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil / Agência Brasil

Brasília se prepara para uma semana de importantes votações no Congresso, e com embates velados entre a base aliada e a Presidência. No Senado, a atenção estará voltada para o destino do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), que pode ou não retornar ao mandato. Na Câmara, ocorre a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer e o embate travado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) contra Temer.

A situação de Aécio já foi mais confortável, mas a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de submeter ao parlamento as decisões sobre políticos alvos de medidas cautelares da Justiça – que é o caso do tucano mineiro - parece ter complicado as coisas. Agora será a hora de os senadores decidirem no plenário se Aécio segue no mandato.

A Justiça Federal no Distrito federal decidiu, em uma liminar na noite de sexta-feira, que os senadores tenham de votar abertamente sobre a manutenção do cargo de Aécio. Mas senadores pró-Aécio e da base do governo querem que essa decisão seja fechada, para evitar desagaste com seu eleitorado. Isso ainda terá de ser definido, nos procedimentos da votação, marcada para terça-feira.

Além disso, a decisão do STF colocou uma preocupação a mais na cabeça dos senadores pró-Aécio. Muitos dos que pareciam decididos em manter o mandato do senador tucano estão agora com receio de colocar a cara nessa opereta. O PT, que indignou-se com o afastamento de Aécio pela 1ª Turma do STF e soltou nota em forte defesa do senador afastado, já deu para trás. Vai votar contra seu retorno ao Senado. Um dos líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, mostrou o tom que deve pairar sobre a votação do caso Aécio. Cunha Lima disse que sua volta ao mandato está longe de ser uma unanimidade no próprio ninho.

A favor do mineiro devem estar as vozes mais ferozes contra o STF e o Ministério Público: os investigados até o pescoço Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Fernando Collor (PTC-AL). Porém, sem grandes apoios.

Denúncia contra Temer tem relatório favorável, mas pode ser palco de recado para o presidente

Na Câmara, todos os holofotes estarão voltados para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que na terça inicia a apreciação do parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que não vê culpa alguma em Michel Temer e pede a derrubada da denúncia do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Em seu relatório, que será votado na terça-feira, Andrada esculachou o Ministério Público, a Polícia Federal e o Judiciário.

Aliados de Temer seguem na tática de desqualificar a denúncia e garantem que terão votos na CCJ para livrar Temer. Porém, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que não está em bom momento em sua relação com Temer, pode tentar mandar um recado para o presidente, mostrando que tem poder na Casa que preside.

Com as eleições se aproximando, Maia e Temer começaram a divergir. Em um dos episódios, Maia mostrou insatisfação com a filiação ao PMDB de aliados do governo que hoje estão no PSB (encabeçados pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e seu pai, o senador Fernando Bezerra). Maia havia trabalhado há meses para levar esses dissidentes do socialismo para o Democratas e a atuação de Temer carregou esse bando de ex-socialistas para o PMDB.

Leia mais: Crise entre Temer e Rodrigo Maia pode deixar país sem Fies em 2018

Para mostrar que há insatisfação na base, aliados de Maia podem votar contra o relatório que salva Temer na CCJ, deixando o placar apertado. Em outra frente de provocação e demonstração, Maia promete não votar qualquer medida provisória (MP) em plenário, complicando a vida do governo Temer. Na semana passada, Maia anunciou esse movimento e deixou caducar a MP que mudava regras administrativas do Banco Central.

Por fim, o humor dos deputados e senadores poderá ser pautado por mais um episódio da delação do operador financeiro ligado ao PMDB Lúcio Funaro. A delação já vem sendo divulgada há mais de um mês, mas neste final de semana os vídeos desses depoimentos foram vazados e contêm trechos citando o nome do presidente da República várias vezes. Os parlamentares podem forçar a barra contra Temer e pesar mais uma vez o preço de seu apoio a um presidente que têm menos de 5% de aprovação em seu governo. Na primeira denúncia contra Temer, os deputados mostraram que a opinião pública não é tudo na vida. Mas que emendas liberadas, cargos no governo e grana para o fundo eleitoral, esses sim, são.

Na economia, a semana não concentra grandes pautas, mas o fantasma do encarecimento da energia elétrica – reflexo das baixas chuvas – deve ensejar o início de uma campanha de “conscientização” do uso elétrico. Na terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá analisar a o tema e poderá determinar uma campanha.

 A situação de Aécio já foi mais confortável, mas a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, de submeter ao parlamento as decisões sobre políticos alvos de medidas cautelares da Justiça - caso do afastamento do tucano mineiro, por uma das turmas da própria Corte - parece ter complicado as coisas. Agora será a hora de os senadores decidirem no plenário se Aécio segue no mandato. 

 A Justiça Federal no Distrito federal decidiu, em uma liminar na noite de sexta-feira, que os senadores tenham de votar abertamente sobre a manutenção do cargo de Aécio. Mas senadores pró-Aécio e da base do governo querem que essa decisão seja fechada, para evitar desagaste com seu eleitorado. Isso ainda terá de ser definido, nos procedimentos da votação, marcada para terça-feira. 

 Além disso, a decisão do STF colocou uma preocupação a mais na cabeça dos senadores pró-Aécio. Muitos dos que pareciam decididos em manter o mandato do senador tucano estão agora com receio de colocar a cara nessa opereta. O PT, que indignou-se com o afastamento de Aécio pela 1ª Turma do STF e soltou nota em forte defesa do senador afastado, já deu para trás. Vai votar contra seu retorno ao Senado. Um dos líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, mostrou o tom que deve pairar sobre a votação do caso Aécio. Cunha Lima disse que sua volta ao mandato está longe de ser uma unanimidade no próprio ninho. 

 A favor do mineiro devem estar as vozes mais ferozes contra o STF e o Ministério Público: os investigados até o pescoço Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Fernando Collor (PTC-AL). Porém, sem grandes apoios. 

 Denúncia contra Temer tem relatório favorável, mas pode ser palco de recado para o presidente 

 Na Câmara, todos os holofotes estarão voltados para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que na terça inicia a apreciação do parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que não vê culpa alguma em Michel Temer e pede a derrubada da denúncia do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Em seu relatório, que será votado na terça-feira, Andrada esculachou o Ministério Público, a Polícia Federal e o Judiciário. 

 Aliados de Temer seguem na tática de desqualificar a denúncia e garantem que terão votos na CCJ para livrar Temer. Porém, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que não está em bom momento em sua relação com Temer, pode tentar mandar um recado para o presidente, mostrando que tem poder na Casa que preside. 

 Com as eleições se aproximando, Maia e Temer começaram a divergir. Em um dos episódios, Maia mostrou insatisfação com a filiação ao PMDB de aliados do governo que hoje estão no PSB (encabeçados pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e seu pai, o senador Fernando Bezerra). Maia havia trabalhado há meses para levar esses dissidentes do socialismo para o Democratas e a atuação de Temer carregou esse bando de ex-socialistas para o PMDB. 

Para mostrar que há insatisfação na base, aliados de Maia podem votar contra o relatório que salva Temer na CCJ, deixando o placar apertado.  Em outra frente de provocação e demonstração, Maia promete não votar qualquer medida provisória (MP) em plenário, complicando a vida do governo Temer. Na semana passada, Maia anunciou esse movimento e deixou caducar a MP que mudava regras administrativas do Banco Central. 

Por fim, o humor dos deputados e senadores poderá ser pautado por mais um episódio da delação do operador financeiro ligado ao PMDB Lúcio Funaro. A delação já vem sendo divulgada há mais de um mês, mas neste final de semana os vídeos desses depoimentos foram vazados e contêm trechos citando o nome do presidente da República várias vezes. Os parlamentares podem forçar a barra contra Temer e pesar mais uma vez o preço de seu apoio a um presidente que têm menos de 5% de aprovação em seu governo. Na primeira denúncia contra Temer, os deputados mostraram que a opinião pública não é tudo na vida. Mas que emendas liberadas, cargos no governo e grana para o fundo eleitoral, esses sim, são. 

Na economia, a semana não concentra grandes pautas, mas o fantasma do encarecimento da energia elétrica – reflexo das baixas chuvas – deve ensejar o início de uma campanha de “conscientização” do uso elétrico. Na terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá analisar a o tema e poderá determinar uma campanha.

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