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Candidatos à presidência do Senado em 2019, até o momento, são oito. Número é recorde.  | Waldemir Barreto    /    Agência Senado
Candidatos à presidência do Senado em 2019, até o momento, são oito. Número é recorde. | Foto: Waldemir Barreto /    Agência Senado

A eleição que vai definir o presidente do Senado pelos próximos dois anos acontece nesta sexta-feira (1), e o número de candidatos à vaga é o maior desde a redemocratização. Oito senadores se movimentaram em busca da cadeira, que tem nas mãos o poder de decidir o que será e o que não será pautado para votação na Casa. Uma já desistiu: Simone Tebet (MDB).

O presidente do Senado também preside as sessões do Congresso Nacional. Até este ano, a disputa com mais candidatos desde a redemocratização havia três concorrentes, em 2001: Jader Barbalho (MDB-PA) - que acabou vencendo a disputa - Arlindo Porto (PTB-MG) e Jefferson Peres (PDT-AM). 

Veja  quem são os candidatos à presidência do Senado em 2019

Renan Calheiros (MDB-AL) 

A primeira disputa de Renan Calheiros é dentro do partido. O senador disputa a reeleição para voltar a comandar a Casa por mais dois anos, mas enfrenta resistência dos colegas e da sociedade civil. Ele já foi presidente da Casa três vezes e é um crítico ferrenho da Operação Lava Jato e do ministro da Justiça, o ex-juiz federal Sergio Moro

Renan chegou, inclusive, a trocar farpas com o coordenador da Lava Jato em Curitiba, o procurador da República, Deltan Dallagnol, que tem feito uma campanha pelo voto aberto para a presidência do Senado. Acredita-se que, se a votação não for secreta, Renan tem menos chances de vencer. 

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A candidatura de Renan já é alvo de uma contestação do Movimento Brasil Livre (MBL) no Supremo Tribunal Federal (STF). O argumento é que Renan não pode presidir o Senado por ser investigado em diversos inquéritos no Supremo. No fim de semana, manifestantes levaram faixas para a Avenida Paulista para protestar contra a possibilidade de Renan presidir o Senado mais uma vez. 

Davi Alcolumbre (DEM-AP) 

A candidatura da discórdia com o MDB é do senador Davi Alcolumbre. Ele estaria sendo incentivado a disputar a presidência pelo colega de partido, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O candidato do DEM tem optado pela discrição, mas já estaria em busca de votos dos colegas, se colocando como candidato do governo.

Alcolmbre já presidiu a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e participou de colegiados como a Comissão Temporária para Reforma do Código Comercial e da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul. Em 2018, foi candidato ao governo do Amapá, mas não se elegeu. 

Major Olímpio (PSL-SP) 

O senador eleito, apesar de ser do partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), nega ser candidato do governo à presidência do Senado. Em entrevista coletiva nesta semana, Olímpio disse que é um erro o governo se envolver na disputa interna na Casa e criticou a movimentação de Lorenzoni em torno de Alcolumbre. 

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Olímpio se colocou como candidato para se contrapor a Renan, mas com a possibilidade de Tibet ser indicada pelo MDB para disputar o comando do Senado, o senador cogita retirar sua candidatura e apoiar a colega.Desde que anunciou sua candidatura, o senador admitiu desistir de concorrer para compor forças com outros senadores e barrar a candidatura de Renan.  

Alvaro Dias (PODE-PR) 

Alvaro Dias foi lançado candidato nesta semana pelo partido. Dias é senador desde 1999 e foi candidato a presidente da República em 2018 - ele terminou a disputa em 9.º lugar.  

"O Podemos apresenta e apoia a candidatura do senador Alvaro Dias, parlamentar com experiência e trajetória exemplar, que o credenciam para levar adiante na Casa Legislativa as principais pautas para a recuperação e o desenvolvimento do Brasil", disse o partido, em nota, sobre a indicação.  

Ângelo Coronel (PSD-BA) 

O senador se lançou como candidato, mas o partido ainda vai decidir se mantém a candidatura de Ângelo Coronel. Ele está no primeiro mandato no Senado. Já foi deputado estadual da Bahia e prefeito de Coração de Maria. 

Ângelo Coronel já passou pelo MDB, PSDB, PL e PP, antes de se filiar ao atual partido.  

Esperidião Amin (PP-SC) 

Esperidião Amin chegou nesta semana a Brasília para pedir votos aos colegas. A candidatura do PP ganhou força depois das manifestações do final de semana contra a candidatura de Renan Calheiros. 

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Em 2016, quando era deputado, Amin incluiu uma medida no pacote de 10 Medidas Contra a Corrupção elaborado pelo Ministério Público, que dificultava a investigação de parlamentares. A proposta ficou conhecida como “Emenda Amin” e previa que políticos em mandatos eletivos só seriam investigados por crimes cometidos em, no máximo, o período de um ano.

José Reguffe (sem partido)

O senador pelo Distrito Federal anunciou pela redes sociais que será candidato. Disse que vai usar sua candidatura para debater o custo do Senado para o contribuinte e que vai propor o fim de vários benefícios dos senadores, como plano de saúde vitalício e verbas indenizatórias.

Reguffe tem autoridade para isso. No primeiro dia de mandato, em fevereiro de 2015, ele enviou ofícios à Direção Geral do Senado abrindo mão de todos os benefícios oferecidos aos senadores, em caráter irrevogável. Ao completar o mandato, em 2022, ele terá feito uma economia direta aos cofres públicos de R$ 16,7 milhões.

Ele sabe que dificilmente terá o apoio dos colegas para presidir a Casa. Mesmo assim,  quer marcar posição.

Fernando Collor (PROS-AL)

O senador Fernando Collor surgiu como candidato de última hora e foi o primeiro a formalizar candidatura para a presidência do Senado. O ex-presidente da República vinha fazendo mistério sobre sua intenção de disputar o pleito. Por causa da decisão tardia, poucos senadores devem votar nele. Segundo a assessoria de imprensa de Collor, o presidente Jair Bolsonaro ligou para ele com o objetivo de desejar boa sorte no pleito.

Saíram da disputa

Simonet Tebet (MDB)

A senadora Simone Tebet (MDB) tentava evitar uma derrota para o MDB, que tem a maior bancada do Senado, e colocou seu nome à disposição do partido para disputar a presidência da Casa. Contudo, ela foi derrotada na disputa interna e deixou, inclusive, de ser a líder do partido na casa.

Enquanto ainda esperava ser candidata, a senadora chegou a alegar que, por ser a maior bancada da Casa, o MDB teria o direito de indicar o presidente da Mesa Diretora. 

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Nos últimos dias, Tebet alfinetou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), e disse que se o DEM insistir em manter uma candidatura própria para a presidência do Senado, o MDB pode se sentir preterido e, com isso, a governabilidade do presidente Jair Bolsonaro (PSL) poderia ficar ameaçada. A senadora enxerga na movimentação do DEM uma interferência do governo no Senado. 

Tasso Jeireissati (PSDB-CE) 

O nome de Tasso Jeireissati surgiu ainda no ano passado, também como uma alternativa à candidatura de Renan Calheiros. A princípio, ele conta com apoio de colegas de partidos como PDT, PPS, Rede e até de alguns parlamentares do PSL. 

Já no início do ano, o nome de Jeiressati para o comando da Casa foi ventilado pelo ex-presodenciável Ciro Gomes (PDT). “É bom para o Senado, o Brasil e o Ceará”, disse Ciro sobre o senador. Tasso também enfrenta resistência de colegas. Ele foi chamado de “coronel da política” por Renan Calheiros - seu concorrente- no Twitter. 

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