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| Foto: Lula Marques/Agência PT

Receoso de ser derrotado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o Palácio do Planalto preparou uma maratona para tentar convencer os deputados a votarem pelo arquivamento da denúncia por corrupção contra o presidente Michel Temer (PMDB). Ele deve receber nesta terça-feira (4) 22 parlamentares. A série de encontros ocorre no dia que o relator da denúncia será nomeado na comissão.

Leia mais: “Tenho quase certeza absoluta” que Câmara barra denúncia, diz Temer

Aliados de Temer temem que o governo não consiga alcançar os votos necessários para rejeitar a acusação apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, feita contra o presidente.

Pelas contas dos líderes aliados, o governo tem garantidos apenas 30 votos a favor de Temer entre os 66 membros da CCJ. A informação é do jornal Folha de S.Paulo. O mapeamento indica ainda que no colegiado há 21 indecisos que têm demonstrado insatisfação com o Planalto e ameaçam se posicionar contra o presidente.

Os parlamentares não são os únicos a não ter convicção sobre as chances de Temer evitar o avanço da acusação da PGR. O presidente declarou nesta segunda-feira (3), em entrevista à Rádio Bandnews, ter “quase certeza” de que conseguirá barrar na Câmara dos Deputados a denúncia contra ele por corrupção passiva.

A contabilidade dos líderes governistas mostra também que há risco de traição a Temer nos partidos da base aliada. A contagem mostra que 5 dos 7 integrantes da CCJ indicados pelo PSDB devem votar contra Temer. O partido comanda quatro pastas na Esplanada dos Ministérios. PR e PRB também são dúvida, os partidos somam 8 votos na comissão.

O presidente depende de 34 votos para garantir que a CCJ recomende o arquivamento da denúncia. Mesmo se rejeitada, a acusação ainda será analisada no plenário da Casa. A meta do governo é alcançar pelo menos 40 votos para garantir uma margem de segurança e passar a impressão de que a base está coesa em torno de Temer.

Para tentar inverter esse cenário de incerteza, Temer vai fazer o corpo a corpo com os congressistas. 16 dos que serão recebidos são deputados e seis, senadores. O Supremo Tribunal Federal depende da autorização da Câmara – com 342 votos – para analisar a denúncia contra o presidente.

Entre os deputados que Temer irá receber nesta terça-feira no Palácio do Planalto, seis são membros da CCJ: Evandro Gussi (PV-SP), Lelo Coimbra (PMDB-ES), Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), Ronaldo Fonseca (PROS-DF), Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Roberto de Lucena (PV-SP).

Críticas da oposição

A agenda de Temer foi duramente criticada pela oposição. Vários deles estão indecisos sobre a denúncia do procurador Rodrigo Janot contra Temer. O lider do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), classificou a agenda do presidente como o “mais vagabundo varejo” e disse que, nessas conversas, Temer faz a política do troca-troca com esses parlamentares.

“É uma vergonha o que está acontecendo no Palácio do Planalto neste dia. Esse presidente não tem mais condições de governar. É o mais vagabundo varejo que se tem notícia. Nem são mais os ministros que recebem os deputados. Agora, é diretamente com o presidente esse troca-troca. Ele está tentando virar votos”, disse Zarattini na manhã desta terça-feira.

O petista afirmou ainda que integrantes de seu partido vão apresentar requerimentos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para, durante análise da denúncia contra Temer, sejam convocados os dirigentes da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud e também o suplente de deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer. O PT vai pedir ao presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que não indique um deputado do PMDB para relatar o caso, seguindo o procedimento do Conselho de Ética.

“No conselho um relator não pode ser do mesmo partido nem do mesmo estado de quem está sendo investigado. Vamos pedir ao presidente da CCJ que siga o mesmo exemplo”.

Veja a maratona de encontros de Temer com parlamentares:

8h - deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF)

8h30 - senador Wilder Morais (PP-GO)

9h - deputado Evandro Gussi (PV-SP)

10h - senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO)

10h30 - Ricardo Barros (PP), ministro da Saúde

11h - senador Telmário Mota (PTB-RR)

11h30 - deputada Christiane de Souza Yared (PR-PR)

12h30 - deputada Bruna Furlan (PSDB-SP)

15h - senador Roberto Rocha (PSB-MA)

15h30 - deputado Goulart (PSD-SP)

16h - senador Pedro Chaves dos Santos Filho (PSC-MS)

16h30 - senador José Maranhão (PMDB-PB)

17h - deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP)

17h30 - deputado Wilson Filho (PTB-PB), vice-líder, e o ex-senador Wilson Santiago, presidente do PTB na Paraíba

18h - deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), líder da maioria na Câmara

18h30 - deputado Rogerio Peninha Mendonça (PMDB-SC)

19h - deputado José Priante (PMDB-PA)

19h30 - deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE)

20h - deputado Alfredo Kaefer (PSL-PR)

20h30 - deputado Átila Lins (PSD-AM)

21h - deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) e deputado Sinval Malheiros (PODE-SP)

21h30 - deputado Roberto de Lucena (PV-SP)

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