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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Apesar das comemorações do presidente da República, Michel Temer, e do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, de que a alta do PIB após oito trimestres seguidos no vermelho crava o fim da recessão - a mais longa da história do País -, economistas ponderam que o resultado deve ser analisado com cautela. Segundo eles, o ritmo da recuperação ainda é incerto, sobretudo com a crise política desencadeada com as recentes delações da JBS.

Para a economista Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, ainda é cedo para comemorar. “Ao contrário do que o Meirelles falou, não há nada histórico no dia de hoje, pois o resultado positivo do PIB se deve inteiramente ao setor agropecuário, com a safra recorde de milho”, afirma. “O restante ainda está todo no vermelho, tanto do lado da produção como do lado da demanda - com exceção das exportações, que em parte também refletem a safra recorde”, observa.

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O Brasil entrou na chamada recessão técnica no segundo trimestre de 2015, quando acumulou dois trimestres consecutivos de queda do PIB. Economistas explicam, porém, que o acúmulo de dois trimestres de contração não é o único indício usado para identificar uma recessão econômica - e tampouco o seu fim. “É preciso olhar os indicadores como um todo, para ver se a economia está saudável e reagindo”, afirma a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria Integrada.

Ela explica que a saída da recessão depende de uma recuperação consistente da atividade econômica, que não esteja calcada em apenas um setor, como agronegócio. “Temos de fato uma diminuição do ritmo de queda, uma melhora relativa em curso, mas o PIB do próximo trimestre ainda deve ser negativo”, avalia. “Considerando a queda de inflação e de juros, essa recuperação deve ficar mais evidente apenas no segundo semestre”, disse.

O economista Roberto Troster aponta também que a avaliação depende da base de comparação. “Se você medir o trimestre com trimestre anterior, o PIB é positivo. Porém, se medir com o mesmo período do ano passado, ainda está negativo”, observa.

Na comparação do primeiro trimestre deste ano com os primeiros três meses de 2016, houve queda de 0,4%.

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