• Carregando...
 | SERGIO LIMA/AFP
| Foto: SERGIO LIMA/AFP

Após muita negociação, o presidente Michel Temer (PMDB) chega nesta quarta-feira (2) com chances muito grandes de barrar na Câmara a denúncia por corrupção passiva apresentada contra ele pela Procuradoria-Geral da República. O peemedebista telefonou pessoalmente a diversos indecisos e o Palácio do Planalto liberou emendas parlamentares e nomeou aliados para cargos no governo para agradar quem se comprometeu com o governo. Isso garantiu os votos necessários para impedir que o Supremo Tribunal Federal analise o caso até que ele deixe o cargo de presidente.

LEIA MAIS Sobre o processo contra o presidente Michel Temer

A consultoria política Arko Advice estima que o parecer do deputado Paulo Abi-Ackel, que recomenda a rejeição da denúncia, deve conquistar entre 250 e 270 votos. Esse número garante o arquivamento da acusação na Câmara. Se alcançar esse placar, o risco de Temer não terminar seu mandato é de 20%, avalia a consultoria. “[É o] cenário mais provável. Mostra que o governo tem apoio da maioria absoluta do Congresso. [É um] resultado expressivo, que garante o mínimo de governabilidade e encoraja o governo a retomar as negociações para a votação da Reforma da Previdência”, diz relatório divulgado nesta segunda-feira (31).

Temer precisa apenas de 172 votos para engavetar a denúncia, mas se na votação conseguir apenas esse número de apoiadores isso revelaria que há “fragilidade e dificuldade de manter a governabilidade” de Temer, segundo a Arko Advice. A baixa adesão também aumentaria a pressão para o desembarque do PSDB do governo. Nesse cenário, o risco de Temer não concluir o mandato sobe para 50%.

A MCM Consultores Associados é mais taxativa. “É certo que não haverá 342 votos a favor da autorização para que o STF julgue o presidente por crime de corrupção passiva”, avalia a consultoria de risco político, que também estima que Temer alcançará o placar de 250 votos.

Um levantamento da Arko Advice mostra que o apoio ao governo na Câmara no primeiro semestre de 2017 terminou estável na comparação com o segundo semestre de 2016. Segundo a avaliação, o índice de apoio ao Planalto foi aumentando desde abril e voltou a cair em junho, quando a denúncia foi apresentada. A adesão ao governo encerrou julho com 50,23%. Este número é o menor desde março (47,66%).

A Arko também destacou que os três partidos mais fiéis ao Planalto no primeiro semestre do ano, que devem contribuir para a vitória de Temer na votação da denúncia. Foram PSDB (69,65%), PPS (66,97%) e PMDB (66,75%). No DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), o índice foi de 62,57%.

A única dificuldade que o governo é de alcançar o quórum de 342 deputados em plenário para começar a votação, pois esse número o Planalto ainda tem. A oposição deve tentar obstruir e estender a etapas de debates. Já o governo vai tentar iniciar a votação o mais rápido possível.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]