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Com medo de novas dissidências, Michel Temer quer que a denúncia seja votada logo. Rodrigo Maia não tem pressa. | Antonio Cruz/Agência Brasil
Com medo de novas dissidências, Michel Temer quer que a denúncia seja votada logo. Rodrigo Maia não tem pressa.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não deu garantias ao presidente Michel Temer de que a denúncia apresentada contra o peemedebista será votada antes do recesso parlamentar, como quer o governo.

Com receio de um agravamento da crise e do aumento de dissidências na base aliada, Temer busca encerrar esse processo o quanto antes.

O presidente recebeu Maia neste domingo (9) no Palácio do Jaburu para questioná-lo sobre o cronograma da votação, segundo a “Folha de S.Paulo” apurou. O presidente da Câmara disse que a data da decisão final sobre a denúncia no plenário dependerá da tramitação do tema na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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Apesar das intenções do governo de acelerar a votação, o cronograma estabelecido até agora deixa aberta a possibilidade de que o processo só seja concluído em agosto – após o período de recesso parlamentar que começa em 18 de julho.

O principal entrave para as tentativas de dar velocidade à votação foi uma decisão do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), de ouvir os 132 titulares e suplentes da comissão, além de deputados e líderes partidários. Os debates devem levar cerca de 40 horas, mas o governo vai tentar limitar o número de falas.

Além disso, o Planalto busca brechas nas regras de tramitação para tentar garantir a votação no plenário ainda nesta semana. O presidente recebeu ministros e líderes de sua base no fim do dia para discutir estratégias.

A aliados Maia tem relatado que seguirá o regimento interno, a Constituição e os acordos feitos entre os deputados e que, portanto, evitará manobras que possam ser vistas como benefícios a Temer ou à oposição.

O Planalto quer encerrar a votação da denúncia antes do recesso porque acredita ter votos para vencer na CCJ e no plenário agora e que o cenário tende a se deteriorar caso o processo se estenda.

No próximo mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode apresentar novas denúncias contra Temer. Há também receio sobre as delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do corretor Lúcio Funaro.

Mapeamento

Para tentar vitória, partidos aliados de Temer vão substituir integrantes da CCJ que tendem a votar contra o presidente. Além disso, ele voltará a conversar com alguns dos 11 deputados que o governo considera indecisos em sete partidos – DEM, PDT, PPS, PP, PMDB, PSB e PSDB.

Na tarde desta segunda-feira (10), deve ser lido o parecer do relator, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), sobre a denúncia. Também deve se manifestar o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira, responsável pela defesa de Temer.

Depois disso, a expectativa é que haja pedido de vista e só na quarta (12) tenham início as 40 horas de debates.

Numa contabilidade otimista de aliados de Temer, além dos 11 deputados indecisos, há 39 votos a favor do presidente e 15 contra.

Enquete da “Folha”, porém, indica que 21 membros da CCJ são favoráveis à denúncia. Apenas seis deputados da comissão declararam votos a favor de Temer. O presidente precisa de maioria simples (mais da metade dos votos).

PSD, PRB e PP também trocarão integrantes

O PP também pode tirar Esperidião Amin (SC), que não revela seu voto. No PSD, Evandro Roman (PR) substituirá Expedito Netto (RO), que declara voto contra Temer. No PRB, Cleber Verde (MA) e Beto Mansur (SP) ocuparão as posições de Lincoln Portela (MG) e João Campos (GO), que não declaram voto.

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