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Senador Flávio Bolsonaro
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) considera adulteração de relatório da Abin pelo ex-ministro de Lula prova de omissão do governo no 8 de janeiro| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou as divergências do relatório sobre os atos de 8 de janeiro, enviado ao Congresso pelo ex-titular do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Gonçalves Dias, como "prova inequívoca" de omissão do governo Lula perante o episódio.

Nas redes sociais, o senador, que é membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de vandalismo, afirmou que a exclusão de informações no documento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviado ainda em janeiro à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), constatada por parlamentares após confrontação com o documento integral enviado posteriormente pelo sucessor do ex-ministro Dias, general Marco Antonio Amaro dos Santos, “reforça suspeitas” de que ações foram tomadas para ocultar evidências.

De acordo com parlamentares da CCAI, que tiveram acesso aos documentos sigilosos, foram retirados do relatório da Abin os registros de que Gonçalves Dias foi avisado com uma série de mensagens enviadas por agentes ao seu próprio celular acerca de crescentes riscos de invasão e de depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes. Foram 11 alertas tratando de movimentações e de planos de manifestantes apenas entre os dias 6 e 8 de janeiro, conforme a agência então ligada ao GSI e que passou a ser vinculada à Casa Civil, como desdobramento dos fatos.

O presidente da comissão de inteligência do Congresso, deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), confirmou nesta quinta-feira (1º) à CBN que houve a divergência entre os dois documentos, revelado pelo jornal O Globo na terça-feira (31).

Barbosa disse que aguarda decisão do governo federal, na pessoa do ministro da Casa Civil, Rui Costa, a quem a Abin está vinculada, de tornar público os três relatórios da agência sobre os atos de 8 de janeiro. Segundo o jornal, o documento entregue em 20 de janeiro e assinado pelo diretor-adjunto de Gonçalves Dias, Saulo Moura da Cunha, não traz os onze alertas que o ministro recebeu no próprio telefone celular.

Dos mais de 500 requerimentos para ouvir na CPMI autoridades ligadas ao 8 de janeiro, entre outras medidas, cerca de 300 tem justamente essa situação de suspeita de omissão como alvo. São 13 requerimentos pedindo a convocação do general.

Senador pede a prisão imediata de Dias, ex-ministro de Lula

“O general Dias já sabia de tudo com muita antecedência. Agentes do próprio governo já perceberam o risco de ações violentas, informando sobre caravanas e convocações, e nada foi feito”, disse Flávio Bolsonaro. O senador também disse que o ex-ministro teria mentido à Polícia Federal (PF) em depoimento, ao negar ter recebido os alertas, revelando omissão deliberada para levar à confirmação dos atos e creditar responsabilidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que estava fora do cargo, enquanto nova equipe de segurança do Planalto estava nomeada desde a transição.

O senador pede a prisão imediata do ex-ministro Gonçalves Dias, "seguindo o mesmo critério que levou à prisão de manifestantes que agiram de forma pacífica e do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, por quatro meses". “Estamos buscando a verdade e o tema será levado à CPMI”, alertou. A próxima reunião do colegiado, anteriormente prevista para esta quinta-feira, será na terça-feira (6).

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