
Ouça este conteúdo
O advogado Celso Vilardi, que atua na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira (26) que “vai provar a inocência” dele, após o ex-mandatário ter se tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF). A Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade tornar Bolsonaro e sete aliados réus por participação no suposto plano de golpe.
“Vamos provar inocência, mas precisamos ter liberdade de defesa. Esperamos ter algo a plenitude de defesa. O jogo está só começando”, declarou Vilardi após o resultado do julgamento aos jornalistas.
VEJA TAMBÉM:
Na avaliação do advogado, foi criada uma “narrativa em torno do 8 de janeiro” para criminalizar Bolsonaro e envolvê-lo de todas as formas, por isso ele reforçou a sua “preocupação” com o processo.
“O resultado está posto. Vamos nos defender durante a ação penal. Agora, eu acho preocupante porque a defesa já vem dizendo há muito tempo duas coisas. Quando se fala da materialidade, estamos falando do dia 8 de janeiro, algo com o qual o presidente não está envolvido, não esteve envolvido. Só na denúncia é que surge esse suposto envolvimento, porque nem no relator do Policia Federal isso apareceu. E ontem, na minha representação, eu disse: ‘Essa é a minha preocupação’. Criou-se uma narrativa sobre o 8 de janeiro para envolver o presidente. Essa é a verdade”.
De acordo com Vilardi, o ministro Luiz Fux foi o único dos magistrados que teve um “posicionamento correto”, apesar de ter votado favorável à denúncia. No primeiro dia do julgamento, Fux criticou a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e se posicionou contrário à competência do STF para julgar o caso. Já ao votar para tornar Bolsonaro réu, o ministro afirmou que fará uma análise mais aprofundada dos termos expostos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e do que foi apresentado pelo colega.
“Luiz Fux fez um posicionamento absolutamente correto sobre os dois delitos”, declarou o advogado de Bolsonaro.
Em coletiva de imprensa, nesta tarde, Jair Bolsonaro afirmou que as acusações que são imputadas a ele por suposta tentativa de golpe de Estado são graves e infundadas.
O ex-presidente se tornou réu pelos crimes de:
- organização criminosa armada, com pena de 3 a 8 anos de prisão;
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com pena de 4 a 8 anos;
- golpe de Estado, com pena de 4 a 12 anos de reclusão;
- dano qualificado contra patrimônio da União, com pena de 6 meses a 3 anos; e
- deterioração de patrimônio tombado, com pena de 1 a 3 anos de detenção.
VEJA TAMBÉM:
- Bolsonaro diz que acusações são graves e infundadas após virar réu no STF

- O julgamento de Bolsonaro e a metamorfose de Alexandre de Moraes

- Moraes vota para tornar Bolsonaro réu por suposto golpe: “indícios razoáveis”

- Cármen Lúcia diz que seria “descumprimento do dever” não receber denúncia contra Bolsonaro






