Após as últimas operações da Polícia Federal mirando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e até mesmo familiares, como o seu filho Carlos Bolsonaro, parlamentares que integram a base de apoio ao ex-mandatário temem serem o próximo alvo.
A Gazeta do Povo tentou apurar entre os apoiadores de Bolsonaro se há algum receio, temor ou medo de algum deles acabar entrando na mira da PF ou do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que tem determinado os mandados de busca e apreensão contra políticos.
Alguns deputados evitaram responder a pergunta e outros, que preferiram não se identificar, disseram apenas “que temem por suas declarações nas redes sociais e por fazer oposição ao atual governo e os excessos do judiciário”. Outros estão preferindo se manifestar apenas pelas redes pessoais sem declarações à imprensa. “Não dá pra saber quem será o próximo alvo dessa escalada de atrocidades”, disse um deputado “em off”.
Já o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse que nenhum dos apoiadores do ex-presidente “seria mais pego de surpresa” pela PF, diante da “perseguição do Alexandre de Moraes contra políticos de direita e conservadores”.
“Todos nós parlamentares e familiares já estamos aguardando sermos perseguidos na nova democracia relativa do Brasil da esquerda”, disse o deputado.
Após a operação contra Carlos Bolsonaro, no âmbito das investigações sobre o suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades montado dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), parlamentares da oposição atribuíram o caso a uma “perseguição política escancarada”. O deputado federal Messias Donato (Republianos-ES) disse que “a oposição está sendo calada no Brasil”.
“Hoje, foi Carlos Bolsonaro, mas vários já foram vítimas dessa perseguição e certamente outros ainda serão. Perseguem nas escolas, nas universidades, nas famílias, nas igrejas, nas redes sociais. Perseguem no Parlamento”, disse Donato à Gazeta do Povo.
Em menos de um mês, dois parlamentares do partido do ex-presidente, Carlos Jordy (PL-RJ) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), foram alvos de operação da PF. Ambos, foram pegos de “surpresa” e “acordados” por agentes policiais com os mandados de busca e apreensão pela manhã em suas residências.
Nesta terça-feira (30), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, atribuiu as operações como “perseguição à família Bolsonaro e aos nossos candidatos” pelo fato dos dois deputados cariocas estarem na disputa municipal de Niterói e do Rio de Janeiro.
Ao comentar sobre as operações da PF, em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro disse que querem tirá-lo de combate “a qualquer preço”. “Não consigo entender por que essa perseguição, ou melhor, consigo entender sim, eu sou uma ameaça. Não deu certo a facada em 2018, a PF não quer saber quem tentou matar Bolsonaro, e querem me tirar de combate a qualquer preço”, declarou.
Durante um entrevista, nesta terça-feira (30), o presidente Lula criticou Bolsonaro por citar “perseguição da PF” e disse que ele fala muita “asneira”.
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Câmara de São Paulo aprova privatização da Sabesp com apoio da base aliada de Nunes
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Governo Tarcísio vê sucesso na privatização da Emae após receber três propostas
Lira ensaia reação ao Judiciário e acena com pautas para garantir prerrogativas parlamentares
Deixe sua opinião