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Domingos Brazão foi apontado como suposto mandante do assassinato de Marielle Franco na delação de Ronnie Lessa.
Domingos Brazão foi apontado como suposto mandante do assassinato de Marielle Franco na delação de Ronnie Lessa.| Foto: Alerj

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, que foi apontado como suposto mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, tem direito a 360 dias de férias retroativas no tribunal. A informação foi confirmada pelo TCE-RJ à Gazeta do Povo.

"O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro informa que os conselheiros José Maurício Nolasco e Domingos Inácio Brazão têm direito a computar 360 dias de férias correspondentes ao período compreendido entre os anos de 2017 e 2022", diz o tribunal.

No período de 2017 e 2022, Brazão e Nolasco foram afastados do cargo após terem sido presos temporariamente na operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio, por suspeita de fraude e corrupção. Como eles não usufruíram do benefício durante o afastamento, eles podem optar por tirar os dias de férias ou convertê-las em dinheiro.

O direito às férias passadas aos conselheiros, com a possibilidade de ter o dinheiro correspondente, foi determinado em sessão do Conselho Superior de Administração do TCE-RJ, realizada no dia 24 de janeiro.

Segundo a assessoria do TCE-RJ, Brazão ainda não respondeu se irá optar pelo salário ou pelo período de descanso. "Até o momento, não houve pedido de conversão de férias em pecúnia", diz a assessoria.

O tribunal ainda não fez o cálculo dos valores que poderá ser recebido por cada um dos conselheiros. Caso eles optem pelo dinheiro, a remuneração básica deve ser acrescida de um terço do abono de férias. Em dezembro, o salário bruto de Brazão chegou a R$ 52,6 mil.

Quem é Domingos Brazão

Domingos Brazão, de 58 anos, foi deputado estadual do Rio de Janeiro, pelo MDB, por cinco mandatos consecutivos. Ele já colecionou muitas polêmicas e foi alvo de suspeitas de corrupção, que o fizeram ser afastado e depois reconduzido ao cargo de conselheiro do TCE-RJ.

No dia 23 de janeiro, o nome de Brazão apareceu na delação do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que mataram Marielle e o motorista Anderson Gomes. Segundo informações veiculadas pela Band, Lessa revelou que o mandante do assassinato seria Domingos Brazão. O acordo ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo fato de Brazão ter foro privilegiado.

Domingos Brazão é um ex-político ao MDB que apoiou a campanha de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República e foi preso em 2017 no âmbito da Operação Lava Jato acusado de corrupção.

Brazão também é apontado como líder de um poderoso grupo político da zona oeste do Rio, berço das milícias cariocas. Já respondeu por acusações de improbidade administrativa, fraude, máfia dos combustíveis e o envolvimento com milícias para a compra de votos e formação de curral eleitoral.

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