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A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a atacar o projeto que anistia os presos acusados de participação nos atos do dia 8 de janeiro de 2023 e disse considerar um “absurdo” que deputados da base do governo Lula tenham assinado o requerimento de urgência articulado pela oposição e já aprovado na Câmara.
Gleisi retoma o posicionamento contrário à anistia depois de ter criado um mal-estar com o Supremo Tribunal Federal (STF) ao afirmar que o governo “até poderia fazer essa discussão no Congresso”.
“Sou contra o projeto de anistia. Exerci o benefício da dúvida e fui conversar com os deputados. Muitos me disseram que não conheciam e acharam que era um texto de redução de penas que atingiria pessoas do 8 de janeiro, como um pipoqueiro, a moça do batom. Mas quem faz redução da pena não é o Congresso Nacional, é o Poder Judiciário, se ele entender que pode fazer”, disse Gleisi em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (17).
“O projeto anistia todos os fatos correlatos, sejam políticos ou eleitorais. Então pega Bolsonaro e os comandantes. Mexe no Código Penal, acaba com o crime de massa, multitudinários, com o crime contra as instituições. Limpa a área para quem quiser dar um golpe. Dá um salvo-conduto para golpear, para um golpe continuado”, continuou.
Gleisi admite pressão para deputados retirarem apoio à anistia
A ministra disse que tem conversado com os líderes e parlamentares na tentativa de fazê-los mudar de ideia em relação ao apoio ao projeto.
“É um atentado ao Estado Democrático de Direito e vai criar uma crise com os poderes porque seria uma afronta ao Supremo Tribunal Federal, que agora vai iniciar o julgamento daqueles que foram comandantes do processo do golpe. O Congresso não pode se meter nessa aventura. É um absurdo deputados da base quererem fazer essa discussão. Espero que reflitam, coloquem a mão na consciência, tenham essa responsabilidade para que essa matéria não avance”, afirmou.
Na semana passada, o STF questionou o governo após sinalização de Gleisi à anistia
Na semana passada, Gleisi recuou sobre eventual discussão da anistia após o STF questionar o governo por causa da fala da ministra.
Na quinta-feira (10), ao conversar com jornalistas, a ministra disse que considerava legítimo “falar sobre anistia ou mediação de pena em relação a algumas pessoas do 8 de janeiro do ponto de vista de alguns parlamentares”.
De acordo com o jornal O Globo, integrantes do STF chegaram a questionar o Palácio do Planalto sobre a declaração da ministra.
Ao minimizar o mal-estar com o STF, Gleisi disse que a sua fala foi “mal colocada”. A ministra também negou qualquer possibilidade de crise na relação entre o governo e o Supremo.
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