• Carregando...
bancada evangélica
Parlamentares da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) criticaram governo Lula por resolução da CNS| Foto: Reprodução/YouTube

Em meio ao embate com o governo federal, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional tenta que o advogado-geral da União, Jorge Messias, seja o interlocutor entre as demandas do Legislativo e o Palácio do Planalto. A ideia dos parlamentares é que Messias trabalhe junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para barrar a resolução 715 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que defende o aborto e tratamento para mudança de sexo aos 14 anos.

O grupo cobra de Lula a manutenção dos compromissos firmados em campanha eleitoral acerca do aborto e exige a extinção da resolução 715 do CNS.

Em reserva, uma fonte da bancada afirma que o grupo busca dialogar com Messias para que a resolução 715 não seja homologada pelo Ministério da Saúde. Sendo o CNS apenas um órgão consultivo, ele não possui poder para efetivar a resolução. Cabe ao ministério chancelar a medida. A preocupação da bancada é motivada pelas recentes declarações da dirigente da pasta, Nísia Trindade, que tem defendido o aborto e tratamento para mudança de sexo aos 14 anos.

O grupo também pretende conversar com os presidentes Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, para pressionar o governo a manter o atual entendimento sobre o aborto.

Aproximação de Messias com a bancada evangélica

A aproximação do AGU com a bancada evangélica vem sendo construída ao longo do ano. Na tradicional “Marcha Para Jesus”, realizada no dia 8 de junho, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) foi escalado pelo Planalto para uma aproximação com o segmento.

“Vim aqui dizer para vocês, a pedido do presidente, que em Brasília existem homens e mulheres que vivem para o Reino. Estamos lá levantados por Deus para cumprir um propósito. Nosso povo quer paz e vamos lutar pela paz. Esse é o recado que o presidente pediu para trazer para vocês”, disse Messias em discurso no evento. Apesar do gesto, ele foi vaiado pelo público.

A participação de Messias na marcha seria uma suposta tentativa de aproximação do governo com o eleitorado evangélico, segmento que representou forte oposição a Lula durante a campanha eleitoral e demonstrou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A resolução que pode ser chancelada pelo Ministério da Saúde do petista, porém, sinaliza exatamente o contrário.

Anteriormente, na carta aos cristãos que foi apresentada em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, Lula havia afirmado ser contra o aborto e destacado que esse era um tema que competia ao Congresso Nacional. Além disso, havia feito compromisso com a liberdade religiosa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]