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Denúncia contra Bolsonaro

Barroso diz que STF precisa “punir adequadamente” envolvidos em suposto golpe

Luís Roberto Barroso
Presidente do STF defende punição aos supostos envolvidos para evitar futuras novas tentativas de golpe. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu nesta quarta (26) que a Corte adote uma “punição adequada” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 para, supostamente, evitar novas tentativas de golpe de Estado no país.

A Primeira Turma da Corte será a responsável por julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por um suposto plano golpista após as eleições presidenciais de 2022. Para Barroso, o Brasil se acalmou institucionalmente, mas o julgamento dos réus ainda gera divisão na sociedade.

“A visão do Supremo Tribunal Federal é que não punir adequadamente esses crimes é um incentivo para que se repita e que, portanto, quem perder [a eleição] da próxima vez achar que pode fazer a mesma coisa. Nós precisamos encerrar o ciclo da história brasileira em que a quebra da legalidade constitucional fazia parte da rotina”, afirmou em um evento em São Paulo.

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Barroso ainda classificou o caso como uma articulação “aparentemente estarrecedora” principalmente por conta do alegado plano que previa, segundo a PGR, assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes.

“É um julgamento que traz algum grau de preocupação pelas dificuldades de uma pacificação que eu acho que é necessária no Brasil. Mas o nosso papel é julgar e, portanto, não há como deixar de julgar uma articulação de golpe que aparentemente envolvia até planejamento de assassinatos”, declarou.

O ministro ainda ressaltou que, desde a Constituição de 1988, o Brasil vive 36 anos de estabilidade institucional e que essa conquista não pode ser desprezada.

“Nós, toda a nossa geração, a minha e do Nelson [Jobim, ex-ministro do STF e mediador do evento], que conviveu com a ditadura, temos muito apreço pela preservação da democracia”, completou.

A denúncia da PGR aponta Bolsonaro como suposto líder do grupo denunciado por, entre outros crimes, organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Se o STF aceitar a denúncia, o ex-presidente se tornará réu e responderá a um processo penal. Também foram denunciados o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, general Walter Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, entre outros militares.

A denúncia foi recebida com constrangimento pelas Forças Armadas, segundo o ministro José Múcio Monteiro, da Defesa.

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