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O presidente Jair Bolsonaro durante vista aos Estados Unidos, em março. Foto: Mandel Ngan/AFP
Bolsonaro durante vista aos Estados Unidos, em março: ativistas protestam contra a presença dele no prêmio. Foto: Mandel Ngan/AFP| Foto:

Empresas americanas estão sendo pressionadas por ativistas a desistir de patrocinar o evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos que vai homenagear o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PSL), daqui duas semanas.

Segundo emissoras da TV americana, três empresas já anunciaram a retirada de apoio: o jornal Financial Times, a companhia aérea Delta Air Lines e a consultoria Bain & Company.

De acordo com a CNN, a Bain & Company afirmou em nota que está entre seus princípios básicos "encorajar e celebrar a diversidade". A Delta, por sua vez, não fez comentários além de confirmar sua decisão.

Entre as que permanecem no hall de patrocinadores do evento estão instituições financeiras como Merrill Lynch, Credit Suisse, Morgan Stanley, Citigroup, Itaú, Bradesco e HSBC.

No próximo dia 14, Bolsonaro vai receber o prêmio "Pessoa do Ano" em um jantar de gala, no hotel New York Marriot Maquis, na Times Square. A honraria é conferida há 49 anos pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, é o homenageado pelo lado americano.

Doze grupos de ativistas ligados à causa LGBT e ao meio ambiente nos EUA prometem fazer manifestações em frente ao hotel todos os dias para que outras empresas resolvam retirar o patrocínio. Eles acreditam que a pressão pode, inclusive, fazer com que o Marriot também desista de sediar o evento.

Além das manifestações, os grupos planejam divulgação de cartas, ações em redes sociais e reuniões com funcionários para tentar intensificar as pressões. "Se as empresas não retirarem o apoio, vão sofrer boicote", afirma Nadia Comani, do Comitê Defend Democracy in Brazil, de Nova York.

Local do evento também gerou polêmica

Essa não é a primeira polêmica que envolve o evento em homenagem a Bolsonaro em Nova York. O Museu de História Natural, palco tradicional do evento anual, desta vez se recusou a sediar o evento. O Marriott aceitou receber o jantar de gala e, a partir daí, as pressões aumentaram.

O senador democrata Brad Hoylman, representante da comunidade gay, enviou carta ao hotel para pedir que o local não recebesse o presidente. Ele diz que Bolsonaro é um "homofóbico perigoso e violento, que não merece uma plataforma pública de reconhecimento em nossa cidade".

O hotel tem histórico de apoio à causa LGBT. Segundo o senador, não é possível que as empresas tenham dois lados: "apoio aos LGBT ou a um notório homofóbico", publicou em seu Twitter.

Ao recusar o evento, o Museu de História Natural divulgou nota para dizer que a reserva de seu espaço foi feita antes de ser informado que o presidente brasileiro era um dos homenageados e que o perfil de Bolsonaro não refletia as posições da instituição.

Antes, o prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, pediu ao museu que não recebesse Bolsonaro e criticou o que considera posições homofóbicas e racistas do brasileiro, além de seu discurso sobre a Amazônia.

​Bolsonaro e seus principais auxiliares têm um discurso considerado controverso sobre aquecimento global e a necessidade de preservação do meio ambiente.

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