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Manifestação

Bolsonaro pode não comparecer a ato por anistia em Brasília

Médicos orientam Bolsonaro a não comparecer em ato pró-anistia .
Médicos orientam Bolsonaro a não comparecer em ato pró-anistia. (Foto: Redes Sociais - Jair Bolsonaro)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi desaconselhado pelos médicos a comparecer à manifetação por anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro marcada para a próxima quarta-feira (7), em Brasília. A equipe médica orientou Bolsonaro a evitar exposição pública após o recebimento de alta do hospital DF Star, em Brasília, neste domingo (4), onde ficou internado por 22 dias devido a complicações intestinais.

Antes da alta, Bolsonaro havia publicado em suas redes sociais que seu “próximo desafio” será acompanhar a Marcha Pacífica da Anistia Humanitária na próxima quarta-feira, de 7 de maio, com início às 16h da Torre de TV até o Congresso. Mais tarde, ele voltou a compartilhar um convite para a caminhada. "Tentarei estar presente se a situação de saúde do momento permitir", completou o ex-presidente.

Na saída do hospital, o ex-presidente chorou ao abraçar uma apoiadora e pedir a anistia aos condenados. “O que mais nos dói no coração é que são pessoas inocentes presas por até 17 anos de cadeia”, afirmou. Ele citou o caso de Débora Rodrigues, uma das condenadas, e questionou: “A Polícia Federal vai lá pegar a Débora e deixar dois filhos chorando para trás, para ela cumprir o restante dos 14 anos de prisão?”.

Bolsonaro ainda criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao comentar sua defesa no inquérito. “O Sr. Alexandre de Moraes falou que agora entregou tudo para nós. Então tivemos que fazer nossa defesa sem tudo. Queria saber por que ele me vincula ao 8 de Janeiro, uma vez que eu estava nos Estados Unidos”, afirmou.

Indicação é de até um mês de reclusão

Bolsonaro foi submetido, em 13 de abril, a uma cirurgia de laparotomia exploradora para desobstrução intestinal e reconstrução da parede abdominal. Segundo os médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique, o ex-presidente precisará manter-se recluso por pelo menos três a quatro semanas, evitando aglomerações, atividades físicas intensas e adotando uma dieta pastosa.

“Orientamos que ele evite aglomerações, pois isso ainda pode interferir na recuperação da cirurgia”, explicou Birolini. Visitas, segundo ele, ficam a critério do paciente, mas devem ocorrer de forma restrita.

Já Echenique destacou que, apesar das complicações, a recuperação tem sido positiva. “As intercorrências que ocorreram foram todas controladas: a pressão arterial, a inflamação do fígado. O presidente tem uma saúde muito forte. A recuperação dele foi acima do esperado”, afirmou.

Desde o atentado que sofreu em 2018 durante a campanha presidencial — quando foi esfaqueado e teve o intestino perfurado —, Bolsonaro passou por dez cirurgias, sete delas relacionadas ao ferimento abdominal. Em 2021, voltou a ser internado por uma suboclusão intestinal, quadro semelhante ao que levou à recente internação.

A suboclusão é uma obstrução parcial do intestino, que impede a passagem normal de alimentos e secreções pelo trato digestivo. Apesar da melhora, Bolsonaro permanecerá em casa, sob cuidados médicos, até que esteja totalmente apto a retomar suas atividades.

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