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Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada neste sábado, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende registrar sua candidatura à Presidência da República em 2026, que ele mesmo é o seu “plano B”, e que qualquer outro nome cotado para substituí-lo não passa de especulação da imprensa. Sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Bolsonaro afirmou que é “excelente pessoa, fenomenal gestor e um muito bom, bom, não vou falar excepcional, um bom político, assim como tem outros nomes pelo Brasil”.
Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, por causa de uma reunião com embaixadores, na qual apresentou suas objeções às urnas eletrônicas, e por suposto “abuso de poder econômico” cometido após o ato oficial do Sete de Setembro, em 2022. “As duas inelegibilidades (...) não tem cabimento. É competência minha reunir com embaixadores (...) Quando acabou o Sete de Setembro, eu deixei minha faixa na cadeira, fui para o carro do Silas Malafaia e falei para talvez 1 milhão de pessoas. Qual a estrutura do Sete de Setembro que eu usei para isso aí? Nenhuma estrutura”, argumentou o ex-presidente à Folha.
Questionado pelo jornal sobre se a insistência em sua elegibilidade pode atrapalhar a candidatura da direita, e se já não seria melhor apontar um substituto, Bolsonaro afirmou que não se vê “impedido de forma legal de disputar a eleição”. “Eu tenho plano B, Bolsonaro, tá? Eu vou até o último momento buscar pela minha possibilidade de disputar a eleição”, disse o ex-presidente, que confirmou a intenção de registrar sua candidatura no TSE. Quando a entrevistadora lembrou que Lula fez o mesmo em 2018, quando estava impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa, Bolsonaro respondeu: “Me compara com o Lula não, por favor. Ele passou condenado por três instâncias por corrupção. Eu fui condenado em um tribunal político”.
Perguntado se Tarcísio de Freitas é realmente o nome mais forte hoje para disputar o Planalto no seu lugar, Bolsonaro não quis se comprometer com nenhum outro nome, nem mesmo fazer comparações com outros possíveis candidatos da direita. “Tarcísio é uma excelente pessoa, fenomenal gestor e um muito bom, bom, não vou falar excepcional, um bom político, assim como tem outros nomes pelo Brasil”, disse Bolsonaro, mencionando o mineiro Romeu Zema, o goiano Ronaldo Caiado e o catarinense Jorginho Mello, além de “outras pessoas que não estão no cargo executivo, mas despontam”, como “bons parlamentares”, sem citar nomes. Mesmo assim, ele insistiu que qualquer nome, incluindo os da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro, não passa de especulação: “vocês [jornalistas] estão lançando, não fui eu”.