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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, não quis comentar a defesa da renúncia do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), feita pelo líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). "Lindbergh é líder do PT. Eu hoje sou deputado licenciado e respondo pelo governo", disse o membro do PSOL, em entrevista a jornalistas nessa sexta-feira (17).
Apesar de não endossar o protesto de Lindbergh, Boulos não poupou críticas após a aprovação do PL da dosimetria na Câmara: "É inaceitável a maneira como têm sido conduzidas questões na Câmara dos Deputados. Ter pautado o projeto da anistia envergonhada e ter trabalhado por sua aprovação é um erro grave, que coloca a Câmara de costas para o povo brasileiro."
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O ministro ainda comentou a situação de seu colega de partido, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ): "A anistia envergonhada foi aprovada no mesmo dia em que tivemos aquela cena lamentável, com jornalistas e parlamentares agredidos, sendo que há pouco tempo deputados bolsonaristas ficaram naquela Mesa por dois dias e foram tratados a pão de ló."
Glauber se negou a ceder a cadeira da presidência e foi retirado pela Polícia Legislativa, em um episódio que contou com esvaziamento do plenário, corte da transmissão da TV Câmara e relatos de agressões a jornalistas. Boulos relembrou a ocupação das mesas da Câmara e do Senado por parlamentares da oposição, logo após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com isso, ele conclui que Motta age com "dois pesos e duas medidas".
Mesmo com a ocupação, Glauber não teve o mandato cassado. Em vez disso, foi suspenso por seis meses. Três deputados de oposição ainda enfrentam processos no Conselho de Ética da Câmara por conta da ocupação: Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS) e Zé Trovão (PL-SC).




