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Candidatura de Boulos será oficializada no sábado
Pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo Psol, Guilherme Boulos| Foto: AFP

O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos, de 38 anos, será oficializado neste sábado (4) como candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo. Apesar de ter a maior taxa de rejeição entre os concorrentes, ele é visto como uma esperança por aqueles que pretendem ver quebrada a hegemonia petista entre os esquerdistas na maior cidade do Brasil.

Não será uma empreitada fácil, porque Boulos terá de convencer uma parcela considerável do eleitorado de que é uma alternativa viável. Uma pesquisa realizada pelo instituto RealTime Big* mostrou que 15% dos eleitores não votariam em Boulos de jeito nenhum. Boulos conta ainda com 2% das intenções de voto na pesquisa espontânea e 7% na estimulada.

O que não impede o líder do MTST de sonhar alto. Tanto é assim que, segundo o próprio Boulos, a campanha terá duas frentes. A primeira, nacional, terá como objetivo consolidar o papel de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. A segunda, local, terá como meta o eleitorado dos bairros de periferia.

Questões nacionais

Nos dois casos Boulos vai disputar espaço com o PT, embora Boulos diga que o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é seu alvo na campanha. “Não acho que a questão seja disputar espaço com o PT. Minha proposta é apresentar um projeto que derrote tanto o bolsonarismo quanto Bruno Covas/João Doria (prefeito e governador de São Paulo)", disse ele.

Para reforçar com símbolos o compromisso com a periferia, Boulos escolheu um campo de futebol no meio da comunidade carente do Morro da Lua, Campo Limpo, bairro onde mora, para a convenção que vai oficializar neste sábado a candidatura.

Além disso, ele já anunciou que, se for eleito, pretende criar um gabinete itinerante no qual pretende despachar da periferia. "Sua cabeça pensa onde seu pé pisa", disse o pré-candidato.

Por outro lado, Boulos aposta que as questões nacionais amplificadas pela gestão polêmica de Bolsonaro estarão presentes no debate da eleição municipal. "Essa vai ser uma campanha nacional. Não tem outro jeito. É impossível fazer uma campanha em 2020 sem falar do Bolsonaro. Isso vai estar no debate", disse ele.

Multa

Filho de uma abastada família de médicos e professores da faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o pré-candidato do Psol é formado em filosofia também pela USP e pós-graduado em psicologia clínica pela PUC. Ele trabalhou como professor da rede pública e ingressou em 2002 no MTST, grupo conhecimento por organizar invasões a propriedades, reivindicado seu “uso social”.

Depois de fazer críticas ao socialismo light dos governos do PT, Boulos se aproximou de Lula, principalmente a partir do início do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Em 2018, se filiou ao PSOL e concorreu à presidência. Conseguiu 617 mil votos, o pior desempenho do partido em eleições presidenciais.

No final de julho, Boulos recebeu apoio de centenas de grandes nomes da cultura, como Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Marilena Chauí, André Singer, Criolo e Emicida.

Na quinta-feira (3), Boulos e sua vice na chapa, Luísa Erundina, foram multados em R$ 5 mil pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por causa de um vídeo publicado nas redes e considerado propaganda antecipada.

* A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 13 de agosto de 2020, com 1.200 entrevistados. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada sob o código SP 00112/2020.

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