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O chanceler Mauro Vieira disse que não acredita em sanções dos EUA contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ainda assim, caso ocorram, o Brasil deve, segundo o ministro, “virar as costas e seguir” com a regulação das redes sociais e outras políticas internas.
"O que o Brasil poderia fazer? Virar a cara, dizer que está zangado?", disse o ministro à Folha de S. Paulo. A entrevista ocorreu na sexta-feira (4), mas foi publicada nesta segunda-feira (7).
A declaração de Mauro Vieira veio a público após o presidente americano Donald Trump usar sua rede Truth Social para criticar o que classificou como perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em sua postagem, Trump disse que “o único julgamento que deveria ocorrer no Brasil é aquele feito pelos eleitores — e este se chama eleição”.
Com essas falas a tensão no cenário diplomático entre Brasil e EUA aumenta. O governo brasileiro tenta reforçar sua narrativa de soberania, enquanto a oposição e lideranças internacionais de direita alertam para o risco de autoritarismo judicial e restrição às liberdades civis.
Nos Estados Unidos, parlamentares discutem aplicar a Lei Magnitsky contra ministros do STF. A legislação permite congelar bens de autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos. Ela também prevê a proibição de entrada dessas pessoas em território americano.
Mauro Vieira diz que Moraes não é ditador
Vieira também afirmou que o governo americano precisa “se informar melhor” sobre as acusações contra Moraes. Segundo ele, chamá-lo de ditador não corresponde à realidade. Além disso, o chanceler destacou que, conforme a embaixada brasileira em Washington, “não há extraterritorialidade das decisões judiciais” do Supremo Tribunal Federal.
Por fim, o chanceler reforçou o discurso de que empresas estrangeiras devem respeitar a legislação brasileira. Caso se recusem, disse ele, “essas empresas podem se retirar do país”.
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