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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente Lula durante cúpula da Celac, em março.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Após as diversas manobras do ditador Nicolás Maduro para interferir no processo eleitoral da Venezuela, o Brasil disse estar acompanhando com "preocupação" a situação no país vizinho. Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira (26), o governo brasileiro também questionou a falta de "explicação oficial" sobre o impedimento enfrentado por candidatos da oposição para registrar suas candidaturas.

"Esgotado o prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas, na noite de ontem, 25/3, o governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país", diz a nota publicada pelo Ministério de Relações Exteriores.

Nesta segunda-feira (25), a oposição do país denunciou o governo chavista por impedir a inscrição de um novo candidato ao pleito. A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos de oposição na Venezuela, relatou que teve o acesso bloqueado para inscrever a candidata Corina Yoris, substituta de María Corina Machado, no sistema automatizado de registro no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — que é controlado pelos aliados do ditador Maduro.

"Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial".

A nota segue dizendo que "o Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil".

Ao fim, o Itamaraty reforça que é contra sanções ao país, pois elas "apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo".

Mesmo após acordos, Maduro persiste em manipular eleições

No ano passado, o regime de Maduro, partidos da oposição e diversos países fecharam o Acordo de Barbados, com a intenção de viabilizar eleições transparentes e democráticas na Venezuela. Nos termos do tratado, os Estados Unidos chegaram a concordar em retirar os embargos impostos a Caracas desde que o autocrata venezuelano cumprisse sua parte do acordo: eleições democráticas e com acompanhamento da comunidade internacional.

Após pressão da comunidade internacional, o ditador Nicolás Maduro anunciou, há algumas semanas, que as eleições presidenciais aconteceriam no próximo dia 28 de julho. A lisura do pleito, contudo, já tem sido questionada antes mesmo dos venezuelanos irem às urnas. Isso porque Nicolás Maduro tem feito diversas manobras para evitar que opositores possam concorrer às eleições contra ele.

Neste ano, o governo venezuelano tornou María Corina Machado, principal nome da oposição no país, inelegível por 15 anos. O regime de Maduro também prendeu membros do partido de Corina como uma forma de coagir a candidata inabilitada. O político Henrique Capriles, um possível substituto para María Corina, também foi considerado inabilitado para concorrer ao pleito deste ano.

Além das denúncias desta segunda-feira, o regime venezuelano também é acusado de aceitar inscrições da "falsa oposição". Candidatos são acusados de se apresentarem como críticos do regime chavista, mas, na verdade, são colaboradores de Maduro. As inscrições acontecem para dar uma falsa impressão de participação democrática.

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