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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.| Foto: AFP

O presidente Jair Bolsonaro costuma tecer críticas fortes à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a seu diretor-geral, Tedros Adhanom, mais acentuadas em tempos de pandemia do coronavírus. Apesar disso, sob seu governo, o Brasil continua sendo um dos maiores financiadores da instituição.

As contribuições dos países que pertencem à OMS são atualizadas a cada dois anos. No biênio 2020-2021, o Brasil será o país que destina a oitava maior contribuição anual entre as 196 nações que mandam verbas à instituição regularmente. A verba brasileira corresponde a 2,9% de todo o dinheiro destinado por países à OMS.

O valor anual pago pelo Brasil é de US$ 14,1 milhões – o que, pela cotação da sexta-feira (8), quando o dólar era negociado a R$ 5,74, equivale a R$ 80,9 milhões.

Esse valor nominal em dólares é mantido desde o biênio 2012-2013, quando o Brasil era presidido por Dilma Rousseff, que havia, então, quase dobrado a contribuição de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Caso os Estados Unidos interrompam permanentemente suas contribuições à OMS, o Brasil poderia se tornar o sétimo maior financiador da organização no mundo.

Trump cortou verba da OMS por enxergar tendência pró-China

Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai suspender o financiamento do país à OMS. Ele acusou o órgão de má administração e de encobrimento de informações sobre a pandemia do coronavírus. A Câmara dos Deputados dos EUA anunciou na segunda-feira (27) que vai investigar a suspensão dos pagamentos.

Os Estados Unidos são hoje os maiores financiadores da OMS, com uma contribuição anual de US$ 115,8 milhões. O valor corresponde a 22% de todo o montante destinado por países à organização.

Para Trump, a OMS foi omissa e poderia ter agido antes – em dezembro de 2019, segundo ele – para evitar a crise do coronavírus no mundo. “A OMS fez realmente um estrago. Por alguma razão, mesmo sendo financiada em grande parte pelos Estados Unidos, ela dá muita atenção à China. Vamos dar uma boa olhada nisso. Felizmente, rejeitei desde o início o conselho deles de manter nossas fronteiras abertas à China. Por que eles nos deram uma recomendação tão equivocada?”, tuitou o presidente norte-americano em abril.

Bolsonaro não indica corte verbas, mas sobe o tom das críticas à OMS

Bolsonaro ainda não deu nenhuma indicação de que poderá seguir o mesmo passo de Trump em suspender o financiamento à OMS, mas tem feito críticas à organização e a seu diretor-geral, Tedros Adhanom.

“O pessoal fala tanto em seguir a OMS, né? O diretor da OMS é médico? Não é médico”, disse Bolsonaro em uma recente transmissão ao vivo em rede social. No dia 29 de abril, o presidente fez uma postagem no Facebook sugerindo que a OMS incentiva a sexualização de crianças, mas logo depois apagou a publicação.

Dias antes dessa postagem, Adhanom foi questionado sobre as críticas do presidente Jair Bolsonaro a sua pessoa e às orientações da OMS, mas, sem citar o brasileiro, disse que a entidade somente dá as recomendações, e que cada país é soberano para implementar os programas que considerar mais adequados.

Apesar de contribuir com valor alto, Brasil tem quarta maior dívida

O Brasil é um dos maiores financiadores da OMS, mas também tem uma das maiores dívidas com a entidade. O país deve cerca de US$ 33 milhões – o equivalente a R$ 189,4 milhões, considerando a cotação do dólar da sexta (8). A dívida é acumulada de vários governos.

O valor devido pelo Brasil é o quarto mais alto entre os 196 países. Só Estados Unidos, China e Japão têm dívidas mais altas. Os três são, também, os maiores financiadores da organização, responsáveis por 22%, 12% e 8,6% das contribuições, respectivamente.

A Alemanha, que dá a quarta maior contribuição, é a sexta maior endividada com a OMS, logo depois de Brasil e Venezuela. Reino Unido e França, que são, respectivamente, o quinto e o sexto países com maiores contribuições, estão quites com a entidade.

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