Antes mesmo de ter início, a cúpula Celac-União Europeia, que começa no domingo, tem gerado atrito entre os 60 países que devem participar do encontro. Isso porque um ponto da declaração conjunta, que já está em negociação e deve ser assinada pelas nações presentes, não agradou a todos. Alguns países da América Latina, incluindo o Brasil, se opuseram ao ponto do documento que declarava total apoio à Ucrânia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará no domingo para a Bélgica a fim de participar da cúpula. O objetivo do encontro é fechar acordos entre países da Europa e da América Latina.
"Enfatizamos que a declaração deveria incluir principalmente temas birregionais. Não é um encontro para discutir o mundo inteiro, é um encontro de duas regiões com temas e interesses comuns. Esses temas e interesses devem participar", disse a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe, do Itamaraty, sobre o apoio do documento à Ucrânia.
O posicionamento faz parte de um esforço de Lula para bajular o líder russo Vladimir Putin. O presidente brasileiro tem tentado se aproximar dos regimes autoritários da Rússia e da China desde o início de seu mandato. Como "prêmio", o Brasil tem recebido descontos na compra de óleo diesel, mas está afugentando investimentos em sua base industrial de defesa.
A União Europeia tem oferecido um alto nível de ajuda humanitária, financeira e bélica que tem sido fundamental para a Ucrânia resistir à invasão russa. Em fevereiro de 2022, mais de 200 mil soldados do Kremlin invadiram a Ucrânia em múltiplas direções mas falharam em depor o governo do país.
Moscou se viu isolada diplomaticamente e lançou uma campanha para tentar "comprar" novos aliados entre os países em desenvolvimento com ofertas de petróleo barato e promessas de venda de armas que dificilmente serão realizadas. No foco dessas investidas, que incluem ações de propaganda pela internet, estão países da América Latina e da África.
Nesta sexta (14), representantes dos 60 países devem chegar a uma proposta final desse documento. Devido ao mal-estar causado, no entanto, o texto deve tratar de temas menos incisivos. O Itamaraty também informou que o texto será menor do que era esperado.
“O projeto de declaração ainda está sendo negociado. Era um projeto maior, houve uma dificuldade de consenso e o texto diminuiu. Haverá uma sessão final de negociação em torno de princípios comuns e temas específicos. Será uma declaração mais curta do que inicialmente proposto”, esclareceu Padovan.
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