Fachada da sede do MPF no Paraná, sede da Lava Jato
O dinheiro da “taxa de proteção” teria sido usado pelos advogados em benefício próprio e enviados ilegalmente para a Suíça.| Foto: Albari Rosa/Arquivo Gazeta do Povo

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra os advogados Antônio Augusto Lopes Figueiredo Basto e Luiz Gustavo Rodrigues Flores pelos crimes de exploração de prestígio e tráfico de influência qualificado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Os defensores são conhecidos por representarem réus que firmaram acordos de colaboração homologados pelo juiz Sergio Moro.

De acordo com o MPF, Basto e Flores teriam recebido entre os anos de 2006 e 2013 o valor de US$ 3,9 milhões de Dario Messer, conhecido como “o doleiro dos doleiros”, com o pretexto de que os recursos seriam utilizados para o pagamento de propinas a autoridades para impedir investigações do MPF e da Polícia Federal. No entanto, o dinheiro da “taxa de proteção” teria sido usado pelos advogados em benefício próprio. Os valores foram enviados ilegalmente para contas na Suíça em nome de uma empresa offshore de fachada controlada pelos defensores.

O dinheiro permaneceu acumulado em contas no exterior, até que mudanças na legislação em 2016 preocuparam os advogados, que realizaram oito novos atos de lavagem, por meio de operações dólar cabo invertido, para reinternalizar ilicitamente o valor.