O presidente Jair Bolsonaro.
O presidente Jair Bolsonaro.| Foto: Marcos Correa/PR

A delegada Polícia Federal Denisse Dias Rosa Ribeiro afirmou em relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Jair Bolsonaro promoveu "desinformação" durante uma transmissão ao vivo em julho quando fez acusações sem provas contra as urnas eletrônicas. O material foi encaminhado à Corte no dia 13 de setembro, no inquérito que apura a divulgação de fake news pelo mandatário na live.

"Este inquérito permitiu identificar a atuação direta e relevante do Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro na promoção da ação de desinformação, aderindo a um padrão de atuação já empregado por integrantes de governos de outros países", diz trecho do relatório. Denisse representa a PF no processo.

Para ela, o chefe do Executivo fez a live com "nítido propósito de desinformar e de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação… ao mesmo tempo em que, ao promover a desinformação, alimenta teorias que promovem fortalecimento dos laços que unem seguidores de determinada ideologia dita conservadora".

A delegada cita que antes da transmissão ao vivo do dia 29 de julho foi realizada uma reunião preliminar "de maneira enviesada, isto é, procedeu-se a uma busca consciente por dados que reforçassem um discurso previamente tendente a apontar vulnerabilidades e/ou possíveis fraudes no sistema eleitoral".

Além disso, apontou que canais de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais usam como estratégia para diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira ataques aos veículos tradicionais de informação. O relatório cita que essa abordagem foi utilizada contra as urnas eletrônicas.