O presidente da República, Jair Bolsonaro.
O presidente da República, Jair Bolsonaro.| Foto: Alan Santos/PR

Um dia depois de o Brasil ter registrado recorde de mortes por Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disse que a imprensa está criando "pânico" na população e se queixou de medidas de restrição e lockdown adotadas para conter a disseminação da doença. Desde o início da pandemia, há um ano, o maior número diário de mortes foi verificado nesta terça-feira (2).

"Para a mídia, o vírus sou eu", disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada. "Criaram o pânico. O problema está aí, lamentamos, mas você não pode viver em pânico. Que nem a política, de novo, do 'Fique em Casa'. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?", perguntou.

O presidente afirmou que o Brasil é, "em valores absolutos", o País que mais tem vacinado a população. A informação, no entanto, não é correta. De acordo com dados do site Our World in Data, o Brasil aparece em quarto no ranking de países que aplicou ao menos uma dose da vacina. Ao comparar proporcionalmente pela tamanho de cada população, o Brasil ficar em 17º. Destacou, ainda, que o País deve contar com mais 22 milhões de doses de vacina neste mês e outras 40 milhões em abril.

O foco nas vacinas marca uma mudança de discurso de Bolsonaro, que, no ano passado, questionava sua eficácia e segurança. Recentemente, no entanto, o presidente tem dado declarações favoráveis à imunização. Em 8 de fevereiro, por exemplo, ele atribuiu à vacinação as maiores chances de retomada da economia.

"O País está mais avançado nisso. Assinei no ano passado uma MP (medida provisória) deixando R$ 20 bilhões para comprar a vacina. Então, nós estamos fazendo o dever de casa", afirmou.