Jair Bolsonaro e comandantes militares
Em recente cerimônia militar, Forças Armadas são o Poder Moderador e dão “apoio total às decisões do presidente”| Foto: Foto: Marcos Corrêa/PR

Generais da ativa e da reserva foram indagados por emissários de cinco ex-presidentes da República sobre o risco de golpe no país. O que Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor querem saber, de acordo com reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", é se há alguma disposição dos quartéis no sentido em apoiar o presidente Jair Bolsonaro em suas ameaças de não aceitar os resultados das eleições de 2022 após o fim da discussão do voto impresso.

Participaram das articulações os ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Raul Jungmann e Aldo Rebelo, além do professor de filosofia Denis Rosenfield, que além de amigo de Temer mantém boas relações com os generais Sérgio Etchegoyen, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o vice-presidente Hamilton Mourão, entre outros. Para eles, o principal ponto de preocupação diz respeito à uma possível tentativa de Bolsonaro e seus aliados em quebrar a hierarquia das Polícias Militares. Esse risco de rompimento da cadeia de comando das PMs vem sendo monitorado pelas Forças Armadas, segundo o jornal.

Sobre o processo de escolha do presidente em 2022, as respostas seguiram todas em uma mesma direção: as eleições vão acontecer e o vencedor, quem quer que seja, tomará posse. A respeito das constantes aparições de Bolsonaro em solenidades militares das Forças Armadas, os generais explicaram a seus interlocutores que não se pode impedir a presença do presidente nesses eventos, mas que não há risco de que haja rompimento de hierarquia. Na prática, eles afastaram a hipótese de Bolsonaro contar com a insubordinação das Forças Armadas.