O corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves.
O corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves.| Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

O corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, decidiu nesta terça-feira (7) manter a minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em uma ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investiga o ex-presidente por questionar a lisura do sistema eleitoral durante uma reunião com embaixadores.

Gonçalves determinou que o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analise sua decisão, informou o jornal O Globo. Em janeiro, o ministro atendeu a um pedido do PDT para incluir a minuta na ação em que Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pela reunião com os embaixadores. A defesa do ex-presidente solicitou que o documento fosse retirado dos autos.

Gonçalves ressaltou na decisão que o trâmite da investigação não impede "que sejam admitidos no processo e considerados no julgamento elementos que se destinem a demonstrar desdobramentos dos fatos originariamente narrados, a gravidade (qualitativa e quantitativa) da conduta que compõe a causa de pedir ou a responsabilidade dos investigados e de pessoas do seu entorno". O corregedor criticou ainda as tentativas de deslegitimar o processo eleitoral.

"Nessa reflexão, cabe constatar, não sem tristeza, que os resultados das eleições presidenciais de 2022, embora fruto legítimo e autêntico da vontade popular manifestada nas urnas, se tornaram alvo de ameaças severas. Passado o pleito, a diplomação e até a posse do novo Presidente da República, atos desabridamente antidemocráticos e insidiosas conspirações tornaram-se episódios corriqueiros. São armas lamentáveis do golpismo dos que se recusam a aceitar a prevalência da soberania popular e que apostam na ruína das instituições para criar um mundo de caos onde esperam se impor pela força", escreveu o ministro.