Omar Aziz e Renan Calheiros na CPI da Covid
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, e o relator da investigação, Renan Calheiros, durante sessão de interrogatório| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

A Advocacia do Senado negou, em resposta à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, que a CPI da Covid tenha vazado dados sigilosos do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Ele pediu à Corte uma investigação criminal para apurar quem teria repassado à imprensa informações sigilosas de um relatório do Coaf que lista movimentações suspeitas em suas contas bancárias.

Nesta sexta (27), a ministra mandou a CPI esclarecer em até 12 horas as acusações de Barros. Na última segunda (23), ela negou um pedido do deputado para derrubar a quebra de sigilos, mas alertou para o dever da CPI de manter confidencialidade dos documentos, "sob pena de responsabilização de quem descumprir ou permitir o descumprimento desse dever". O líder do governo diz que o responsável pelos vazamentos deve responder criminalmente.

Na resposta enviada ao STF, a Advocacia do Senado disse que o próprio Barros pode ter repassado os dados "para tumultuar e desacreditar o inquérito legislativo", que ele pode ter falhado em guardar documentos ou que hackers podem ter obtido as informações.

"O autor da impetração promove defesa frenética, desleal e imbuída de má-fé, no que imputa sem qualquer indício de prova que os dados que informaram a matéria jornalística foram vazados à imprensa como estratégia institucional da CPI", diz a resposta.

A defesa de Barros disse ao STF ser "absurda" a sugestão de que ele teria vazado os dados e prejudicado sua própria imagem. Alegou que somente a CPI teve acesso a relatórios do Coaf sobre suas contas e que insinuar a ação de hackers é uma "afronta à inteligência" da ministra.